Munich Re: Covid-19 quebra 65% do lucro trimestral

  • ECO Seguros
  • 10 Maio 2020

A resseguradora alemã, líder global do setor, assume que as perdas causadas por efeitos da pandemia poderão superar os mil milhões de euros em 2020.

Considerando que as perdas associadas à pandemia (covid-19) são “controláveis”, a resseguradora germânica Munich Re apresentou cerca de 223 milhões de euros de lucro líquido consolidado para o período entre janeiro e março, evidenciando um declínio de 65% face ao apurado um ano antes.

A maior parte das perdas (800 milhões de euros já assumidos só no primeiro trimestre) relacionam-se com cancelamento de eventos no contexto da crise sanitária, mas a instituição estima que o total de prejuízo decorrente da pandemia possa ascender a cerca de mil milhões em todo exercício. O resultado operacional consolidado caiu para 397 milhões de euros (771 milhões em igual período de 2019), enquanto o volume bruto de prémios (todas as linhas de negócio) aumentou globalmente 6,8%, totalizando cerca de 14,3 mil milhões de euros.

Individualizando o negócio de resseguros, a Munich Re gerou 149 milhões de euros de lucro no primeiro trimestre, contra 548 milhões em março de 2019. O montante bruto de prémios contratados em resseguro aproximou-se dos 9,4 mil milhões, a comparar positivamente com 8,4 mil milhões de euros um ano antes.

Considerando apenas a atividade de resseguro em propriedades e de acidentes o rácio combinado agravou-se, subindo aos 106%, igualmente sob impacto da crise sanitária.

Comentando os resultados, Christoph Jurecka, Chief Financial Officer (CFO) da companhia, afirma: “As elevadas perdas devidas à COVID-19 são financeiramente controláveis para a Munich Re. Graças ao nosso balanço sólido e à prudência na gestão de risco, continuamos a ser um parceiro de confiança para os nossos clientes, mesmo nestes tempos difíceis”.

O impacto da pandemia penalizou o balanço, tanto do lado do ativo como o das responsabilidades, pressionando o rácio de solvência, que passou de 237% no termo de 2019, para 212% no final do primeiro trimestre de 2020, mantendo-se ainda confortável face ao intervalo considerado desejável (170-220%), nota o documento no site da companhia.

A “incerteza é extremamente elevada. Ninguém pode dizer como a pandemia vai evoluir”, complementou Jurecka citado pela Reuters, ressalvando ainda que ficaria “muito surpreendido” se a Munich Re fechasse o exercício sem lucros. No final de abril, após a reunião geral de acionistas, Joachim Wenning, presidente da Munich Re já assumia que as perdas decorrentes da pandemia seriam “substanciais”, mas “controláveis” em 2020.

No relatório de resultados, a instituição germânica confirma ainda o que noticiou no final de março: o guidance de lucro para 2020 já não é válido. A meta que havia fixado para o rácio combinado de resseguros de propriedades e acidentes (P&C) também caiu.

De acordo com dados da agência AM Best tendo como critério o valor de prémios brutos, a Munich Re era a maior resseguradora do mundo em 2018, superando a rival Swiss Re. Em conjunto, estas duas companhias europeias detinham 30% do mercado global de resseguro.

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