45% das empresas planeia reduzir postos de trabalho

Quase metade das empresas admite reduzir postos de trabalho e suspender novas contratações. Trabalho manual, cadeia de produção e suporte ao negócio são as áreas mais afetadas.

Com a economia praticamente congelada, 45% das empresas europeias localizadas na Europa Ocidental e no Reino Unido estão a prever ou a considerar reduzir postos de trabalho face ao impacto do Covid-19 nos seus negócios, seja por lay-off ou redução de efetivos, conclui estudo da Willis Towers Watson, realizado num universo de mil organizações.

Metade das organizações (50%) congelou, adiou (55%) ou suspendeu (47%) as novas contratações. Para além deste número, 8% das empresas inquiridas têm planos para reduzir as contratações e 18% estão a considerar fazê-lo. Quase metade das empresas inquiridas no estudo reduziu ou tencionar reduzir o número de colaboradores com contratos de caráter temporário.

Trabalho manual, cadeia de produção e o suporte ao negócio são as áreas mais suscetíveis de sofrerem cortes nos próximos três meses.

“Em matéria de remuneração, quase metade (48%) das empresas consultadas está a considerar ou já aplicou o diferimento ou redução de aumentos salariais. Mais concretamente, 17% informam que já congelaram salários e 26% dizem que estão a planear fazê-lo ou a considerar essa possibilidade. Além disso, cerca de 12% realizaram ou pretende realizar reduções salariais, mas 66% não planeia ou considera vir a fazê-lo”, refere Sandra Bento, associate director da Willis Towers Watson.

Quanto tempo esta pandemia terá impacto nos negócios?

Nas regiões analisadas, 64% das empresas consultadas reconhecem que a pandemia terá um impacto negativo relevante no seu negócio nos próximos seis meses, 51% acreditam que este se estenderá ao longo do próximo ano e 17% que essas consequências se sentirão inclusive ao longo do exercício de 2022.

Com toda esta incerteza a nível mundial, algumas empresas estão a ponderar cortar nos salários dos colaboradores, apesar da grande maioria das empresas inquiridas (68%) adiantar que ainda não discutiu internamente o tema do impacto do Covid-19 na política de remunerações da organização.

De acordo com o estudo da Willis Towers Watson, de momento, apenas 10% das organizações consultadas reduziram temporariamente o salário fixo de alguns dos seus diretores/administradores executivos, como consequência da pandemia. E, das restantes, só 4% estão a planear fazê-lo.

Quanto às empresas com políticas de bónus anual, seja atribuídos a cargos de direção ou a outro tipo de colaboradores, só 25% manifestam que a pandemia não terá qualquer impacto no modelo, enquanto 47% (no que se refere aos cargos de direção) e 46% (no que se refere aos restantes colaboradores) já realizaram ajustes nos objetivos aos quais vinculam o bónus anual.

Quanto aos incentivos a longo prazo, uma clara maioria das organizações (82%) afirma que a pandemia não teve impacto no desenho dos planos baseados no cumprimento de objetivos. No que se refere aos incentivos atribuídos na forma de ações, 27% das empresas pretende mantê-los tal como estavam inicialmente definidos, sendo que 12% inclusive já os atribuíram este ano.

Para Sandra Bento, estes dados vêm mostrar que “a crise ocasionada pelo Covid-19 apenas ampliou e acelerou o facto de que as organizações enfrentam incertezas, ambiguidades e transformações generalizadas à medida que avançamos para um mundo mais global e digital. A maneira como as organizações lideram e gerenciam o novo normal é fundamental para o desempenho dos negócios e a capacidade de permanecerem competitivas e relevantes”.

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