A saúde mental e o setor segurador
João Miguel Gomes, Manager da área de Seguros da everis Portugal, sugere que as organizações que fazem da gestão do risco a sua atividade olhem para a saúde mental como uma oportunidade.
A vida em sociedade tem experimentado constantes evoluções do ponto de vista do quotidiano do ser humano, principalmente fruto da evolução tecnológica e da forma como esta se instalou nas rotinas diárias. Uma realidade ainda mais evidente nas atuais circunstâncias, em virtude da necessidade de conter a pandemia provocada pelo Covid-19, que colocou uma boa parte da população a trabalhar e a estudar a partir de casa.
É certo que esta transformação permitiu a criação de novos negócios, gerou mais capacidade de trabalho e menores tempos de resposta, mas, em contrapartida, estamos todos mais pressionados e sempre conectados, o que naturalmente afeta as relações pessoais e até o nosso equilíbrio mental.
Este paradigma acaba por condicionar o balanço entre a vida profissional e a vida das pessoas, levando a que por vezes muitos de nós sintam dificuldade em dar resposta a todas as solicitações do dia, nomeadamente ao nível do trabalho, da família e mesmo no que diz respeito às atividades pessoais.
Esta circunstância não é exclusiva do período em que vivemos e é uma realidade num contexto de normalidade, seja porque um indivíduo assumiu novas responsabilidades profissionais, porque está a passar por um divórcio, ou porque tem à sua responsabilidade os filhos ou um familiar dependente. Os motivos são vários, mas sabemos que estas situações são cada vez mais frequentes e nem sempre as organizações são capazes de lhes responder adequadamente. Apesar disso, é para todos evidente que os empregadores têm cada vez mais preocupação com o bem-estar dos seus colaboradores, porque a produtividade depende muito do equilíbrio e da felicidade de cada um.
Por tudo isto, entendo que a promoção da saúde mental pode ser uma grande oportunidade para as entidades seguradoras. Uma oportunidade do ponto de vista da criação e do fortalecimento das relações, mas também do ponto de vista da gestão do risco, ou da sua mitigação. Não fará sentido promover check ups regulares? Não será de promover um adequado acompanhamento psicológico das organizações e dos agregados familiares? E a disponibilização de serviços médicos personalizados, a preços convencionados, não será também de considerar?
Conscientes de que a mudança constante será o novo normal da sociedade, é de antever que o equilíbrio mental dos cidadãos e dos colaboradores seja posto à prova ao longo de todas as transformações que se preveem acontecer nas próximas décadas. Assim, é absolutamente recomendável que as organizações que fazem da gestão do risco a sua atividade olhem para a saúde mental como uma oportunidade para acompanharem a sociedade de forma estreita e relevante.
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