Impacto da pandemia na restauração e alojamento pode superar os 50%, diz PwC

Os setores de lazer e artes, transportes e comércio de veículos automóveis e motociclos irão também sentir um impacto muito negativo da pandemia, prevê a PwC.

O impacto da pandemia de coronavírus é sentido um pouco por toda a economia, numa crise diferente da última que se viveu. Mas os efeitos não são iguais em todas áreas de atividade, afetando particularmente o alojamento e a restauração, que poderão ver quedas entre 32% e 54% no Valor Acrescentado Bruto (VAB) do setor em 2020.

As estimativas são da consultora PwC, na primeira edição de um estudo sobre a visão setorial dos impactos do Covid-19. Tendo em conta as medidas de restrição, bem como os indicadores de confiança, será o alojamento o setor mais afetado, com um impacto negativo no VAB que pode ir de 36% a 54%.

O setor terá uma “retoma lenta”, devido ao tempo necessário para a recuperação da confiança dos clientes para viajar. Olhando para a próxima fase, a PwC aponta que este será “um dos setores com maiores necessidades de ajustamento à atividade no período que se segue”, sendo que existem ainda várias incertezas que podem influenciar a recuperação, nomeadamente as ligações aéreas.

Segue-se a restauração, que foi prejudicada pelas medidas de segurança implementadas e pelo risco inerente da deslocação a espaços fechados. A quebra no VAB do setor poderá variar entre -52% e -32%, de acordo com as projeções da consultora, que sublinha que as restrições impostas “irão condicionar a rentabilidade das empresas por um período que se prevê bastante longo”.

Outros setores que terão também um impacto muito negativo são o lazer e artes, transportes e o comércio de veículos automóveis e motociclos. Na escala de impacto, a maioria das indústrias encontra-se no negativo. Com quebras no VAB que vão dos 12% aos 24%, as indústrias automóvel, metalúrgica e metalomecânica e têxtil são condicionadas pela economia global.

Por outro lado, há áreas que sofrem efeitos mais ligeiros, como é o caso da agricultura, educação e indústria farmacêutica. Quanto a setores que sintam efeitos positivos da pandemia, a consultora apenas identifica dois: Saúde e assistência social, Administração Pública e Defesa.

PwC vê contração da economia entre 7,4% e 12,5%

Para além do impacto setorial, a consultora fez também projeções em relação à economia. No cenário mais otimista, o PIB do país irá contrair 7,4% este ano, enquanto, na visão mais pessimista, a queda pode chegar aos 12,5%. De recordar que as projeções do FMI apontam para uma contração de 8% da economia portuguesa.

Quanto à recuperação, cujo formato tem sido discutido pelos economistas, a PwC prevê que ocorra em U ou em L, quando a atividade possa ser normalizada. As projeções têm em conta que a crise deriva de um “choque temporário da oferta e da procura resultante da imposição de medidas sanitárias”, e que houve uma “resposta imediata à crise por parte do Governo e do BCE”.

Analisando a pandemia de Covid-19, comparando com outros surtos com o perfil deste coronavírus, a consultora conclui que a escala de perturbações económicas causadas “não é comparável ao atual surto”. As principais diferenças encontram-se na quantidade de casos ligeiros ou assintomáticos, a transmissão antes da presença de sintomatologia e a duração do período de infeção.

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