Turismo? Britânicos viajam sem seguro. Chipre cobre risco covid-19 para todos visitantes
Enquanto a maioria dos turistas britânicos está decidida a encetar viagens de férias sem seguro, o Chipre anunciou que cobre os custos de improvável contágio por covid-19 na ilha.
Um estudo revela que 75% dos britânicos que planearam viagens de férias prefere fazê-lo sem um seguro, a menos que as apólices cubram cancelamento e suspensão de ligações de transporte por causa da COVID-19.
Tommy Lloyd, responsável da Medical Travel Compared (MTC), um site especializado na comparação de tarifas de seguros de viagens, cobertura médicas e grupos etários, explica que o resultado do estudo pode significar que muitos turistas britânicos correrão o risco de viajar sem seguro à medida que as restrições para fazerem férias no estrangeiro vão sendo levantadas.
Entre mais de 40 distribuidores de seguros de viagem com quem a plataforma MTC opera, apenas nove estão atualmente ativos no site já os que os restantes retiraram as ofertas de produtos ou excluíram a cobertura de assistência médica para doentes infetados por covid-19. Mesmo entre as ofertas que ainda incluem assistência médica para o novo coronavírus, nenhuma fornece cobertura para cancelamentos ou suspensão de transporte resultante de medidas no quadro da pandemia.
“Não nos surpreende que 75% dos britânicos recuse contratar um seguro de viagem se os cancelamentos devidos a covid-19 não estiverem cobertos e que um terço afirme que, no futuro, está interessado em obter cobertura específica para a doença”, afirma Tommy Lloyd, citado no Travel Mole.
O inquérito conduzido pela MTC junto de 3 mil consumidores concluiu ainda que, por causa da covid-19, 10% dos inquiridos perdeu parte ou tudo do que contava gastar nas férias.
Lloyd notou ainda que um terço da população britânica apresenta uma qualquer condição clínica preexistente e, por isso, precisa de um seguro extra para viajar com maior tranquilidade. A MTC tem apelado aos fornecedores de seguros para que apresentem soluções de cobertura satisfatórias para os turistas, observou o especialista.
Chipre dá boas-vindas aos visitantes e assume que cobre o risco
O Chipre é um destino do Mediterrâneo cuja economia tem forte dependência das receitas da atividade turística (cerca de 13% do PIB), sendo também um dos países europeus com taxa mais baixa de infeções por coronavírus.
De acordo com as autoridades cipriotas, depois dos primeiros casos da doença em março, o país manteve taxa de contágio baixa, testou 10% da população e, face a resultados epidemiológicos que a maioria dos parceiros da UE não pode exibir, iniciou o levantamento de restrições sanitárias na primeira semana de maio, reabriu o setor hoteleiro no dia 1 de junho e a 9 deste mês retomará as ligações aéreas internacionais.
Em carta distribuída às embaixadas acreditadas em Nicósia, companhias áreas, operadores turísticos e agências de viagens, o Governo cipriota assegura que assumirá os gastos com turistas que, durante a sua estadia no país, obtenham diagnóstico positivo nos testes de despistagem local ao novo coronavírus (covid-19).
A única condição para ser elegível nesta cobertura é que, em cumprimento de restrição transitória e que ainda vigora, os turistas entrem no país com um teste a covid-19 efetuado no destino emissor, pelo menos, até 72 horas antes de chegar ao Chipre. Porém, a partir de 20 junho de junho, esta última restrição também será levantada para turistas provenientes de alguns destinos, promete o despacho conjunto de 3 ministérios (Negócios Estrangeiros, Transportes e Turismo) anunciando a reabertura do tráfego aéreo internacional no próximo dia 9.
Neste sentido, caso um turista tenha a infelicidade de testar positivo durante a estadia (de gozo de férias ou negócios) no país, o governo cipriota cobrirá as despesas de alojamento, medicamentos, alimentação e bebidas aos doentes (de covid-19) e familiares.
Além da hospitalização dos turistas doentes, as autoridades cipriotas comprometem-se acomodar todos os familiares e dependentes em hotéis reservados para permanência em quarentena, assegurou Savvas Perdios, ministro-adjunto do Turismo, citado pelas agências de notícias internacionais.
A única despesa excluída do programa cipriota em defesa da sua indústria de Turismo são as viagens de repatriamento e respetiva deslocação de volta para aeroporto.
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