Seguradora Macif fixa meta de 10 anos para estar completamente fora do carvão

  • ECO Seguros
  • 4 Junho 2020

A francesa Macif anunciou que, em 2030, o carvão térmico estará completamente excluído da sua carteira de investimentos.

A mútua de seguros, em colaboração com a sua filial de gestão de ativos (OFI AM) e tendo adotado como referência a lista de critérios da ONG Urgewald, deixa de investir em entidades cotadas que obtenham mais de 30% do seu volume de negócios com a produção ou exploração de carvão térmico, revela a instituição parisiense em comunicado.

Sublinhando que a partir de 2021, o limite será reduzido para 20%, a Macif (originalmente denominada Mutuelle d’assurance des commerçants et des industriels de France) afirma que esse limiar já é aplicado à sua carteira de investimentos desde final de 2019. Em termos práticos, a decisão – que segue anúncios já realizados por outras instituições francesas (por exemplo a AXA e a CNP Assurances) – diz respeito a investimentos em atividades de carvão térmico, ou seja, a extração de carvão e a produção de eletricidade a partir do carvão.

De acordo com as metas definidas, a Macif deixará de deter interesses em investimentos cuja capacidade de produção de eletricidade a partir do carvão, ou, na falta desta, da capacidade instalada, exceda 30% e cuja capacidade instalada em centrais elétricas a carvão seja superior a 10 GW (gigawatts). A partir de 2021, este limiar será reduzido para 5 GW.

Citada no comunicado da companhia, Sabine Castellan-Poquet, diretora de Investimentos da Macif afirma o empenho do grupo segurador para “continuar a agir em prol do clima e, por conseguinte, em afastar-se do carvão térmico. Esta é uma necessidade que tem estado no centro das nossas preocupações e da nossa política de investimento responsável desde 2018″.

A saída do carvão térmico “consiste em excluir dos nossos investimentos empresas que não respeitem os critérios definidos” na [nossa] estratégia RSE (sigla internacional para Responsabilidade Social e Ambiental), explica a seguradora que iniciou atividade focada no ramo automóvel em 1960.

No mesmo comunicado, a Macif reitera que continuará a apoiar o financiamento de emissores que tenham assumido um compromisso, validado pela iniciativa Science Based Targets, de reduzir as suas emissões de gases com efeito estufa compatíveis com um cenário de 2ºC ou inferior, e de obrigações verdes.

Em linha com o que preconizam a ONU e as Ong que combatem o aquecimento global, a patronal francesa de seguros (FFA) tem incentivado as companhias do setor a estabelecerem calendários para descarbonização dos seus investimentos.

De acordo com indicadores da entidade associativa, no final de 2018, a aposta das seguradoras francesas em investimento verde alcançou 61 mil milhões de euros, contra 49 mil milhões um ano antes.

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