Axa estima 1200 milhões de impacto Covid em linhas não-Vida este ano
A seguradora francesa reduz para metade o valor dos dividendos que propõe distribuir sobre os lucros de 2019 e revê impacto Covid-19 para este ano no negócio segurador.
O grupo procedeu à reavaliação das estimativas sobre participações de sinistros relacionados com a pandemia de Covid-19 nos lucros subjacentes em 2020, revelou a Axa após reunião do board presidido Denis Duverne, a 2 de junho.
A seguradora estima que o negócio P&C (ramo propriedade e danos) deverá contabilizar 1,2 mil milhões de euros negativos após impostos e líquidos de resseguro, esperando-se que os “impactos mais significativos” se situem nas linhas de seguros de interrupção de negócios e cancelamento de eventos e, em menor medida, nas linhas D&O (responsabilidade civil de administradores e gestores) e viagens.
Os efeitos negativos esperados nas linhas não Vida deverão ser, em parte, compensados por uma redução nos sinistros do ramo automóvel, estima a companhia. Nos Seguros de Vida e Poupança e de Saúde, a AXA não antecipa desvios significativos em termos de experiência de sinistros no ano em curso.
A nota divulgada depois da reunião do conselho de administração (CA) indica também que as medidas de solidariedade (no âmbito da crise Covid-19, sobretudo em França) deverão ascender a 300 milhões de euros após impostos, sendo que este montante e o impacto esperado no negócio segurador serão inscritos no balanço da primeira metade do exercício.
Já em relação aos proveitos financeiros e comissões em produtos de unidades de conta e gestão de ativos, a companhia não fornece qualquer estimativa, explicando que impacto dependerá da evolução dos mercados financeiros ao longo do ano.
Dividendo: parte retirada poderá ser reposta no final do ano
Correspondendo a recomendações do regulador europeu do setor (EIOPA) e da autoridade francesa de controlo prudencial e de resolução (ACPR no original), a Axa optou por reduzir os dividendos anteriormente propostos de 1,43 euros por acção para 0,73 euros por ação. A nova proposta vai ser votada em reunião geral de acionistas (AG anual), agendada para 30 de junho de 2020, prevendo-se que pague a 9 de julho.
A decisão [do CA] “de reduzir os dividendos propostos demonstra o mesmo sentido de responsabilidade para com os acionistas institucionais e individuais da AXA, ao mesmo tempo que adota uma abordagem prudente no ambiente atual”, refere o chairman da Axa, Denis Duverne, no comunicado da instituição.
No mesmo documento pode ler-se que, no último trimestre do ano, os acionistas da instituição poderão ser compensados por um adicional de até 0,70 euros por ação, correspondente a uma distribuição excecional das reservas. Este adicional dependerá das condições de mercado e regulamentares do momento e, caso se propicie, deverá também ser submetido a votação dos acionistas em AG extraordinária.
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