Madeira prevê pagar testes em Lisboa a passageiros que viajem para a região
A partir de 1 de julho os passageiros que desembarcarem nos aeroportos da Madeira e do Porto Santo devem ser portadores de um teste negativo realizado nas 72 horas anteriores.
O Governo da Madeira pretende estabelecer um protocolo com uma entidade em Lisboa e custear a realização de testes de despiste de Covid-19 aos passageiros que viajem para a região, disse o presidente do executivo.
O custo a suportar pela região será na ordem dos 30 euros por cada análise.
“Estamos a trabalhar para conseguir outra coisa muito importante que é possibilitar que os passageiros que embarcam para a Madeira possam realizar o teste, às custas do governo, em Lisboa, o que vem facilitar e prevenir” a propagação de Covid-19 na região, declarou Miguel Albuquerque, numa visita às instalações do Serviço Regional da Proteção Civil e Bombeiros, no Funchal.
Com a iniciativa, o governante insular fez esta deslocação para assinalar a entrada em vigor, hoje, do Programa Operacional de Combate a Incêndios Florestais da Madeira (POCIF), que se prolonga até final de novembro.
O chefe do executivo madeirense realçou que a partir de 01 de julho os passageiros que desembarcarem nos aeroportos da Madeira e do Porto Santo devem ser portadores de um teste negativo realizado nas 72 horas anteriores.
Caso não disponham do documento, o teste será realizado nas infraestruturas aeroportuárias regionais, “a expensas do Governo Regional”, devendo o passageiro aguardar até ao máximo de 12 horas pelo resultado. Está a ser preparado o reforço das equipas de saúde afetas a esta funcionalidade, adiantou o social-democrata.
Miguel Albuquerque mencionou que o executivo já suporta os custos deste teste em relação a vários grupos, “como os estudantes e as pessoas que não têm meios financeiros”.
“Seria bom que abarcasse todos os que querem viajar para a Madeira, porque assim facilitava tudo”, referiu.
A assunção da despesa relativamente aos turistas, “nestes meses iniciais” é justificada pela importância do setor no arquipélago: no entender de Miguel Albuquerque, é preferível “assumir esses custos e ter o início do desenvolvimento e reabertura do turismo do que estar a gastar esse dinheiro em subsídios de desemprego”.
A ideia está a ser trabalhada pelo secretário da Saúde da Madeira e permitirá que os visitantes possam realizar os testes “nos centros ou numa clínica em Lisboa”, ao mesmo preço.
“Este é um exemplo para a Europa e a aviação civil de como se pode desenvolver as ligações e, de novo, a mobilidade, com um substrato e alicerce de segurança”, destacou.
A Madeira, sublinhou, “não pode correr riscos desnecessários”, sobretudo quando “um dos principais ativos que vai oferecer é ser uma região que tem quase zero casos ativos de Covid-19”.
“Temos uma região onde quem entra tem de ter o teste ou realizá-lo”, disse, observando que também é necessário efetuar a medição de temperatura a todos os passageiros.
O arquipélago tem a capacidade de acompanhar via telemóvel a situação sintomática, se a pessoa facultar acesso aos seus dados, podendo fazer a monitorização de um universo entre 10 e 15 mil casos.
Miguel Albuquerque também realçou que “a ideia com Canárias e Açores é criar corredores de segurança em termos de propagação pandémica”, tendo todos os passageiros um teste negativo
“Na semana passada, 89% dos passageiros que desembarcaram na Madeira vinham já com teste negativo das 72 horas”, afirmou.
Durante o mês de junho mantém-se o estado de calamidade no arquipélago da Madeira, bem como o regime de quarentena obrigatória em unidades hoteleiras para quem não apresentar um teste negativo à chegada.
A autoridade de saúde da Madeira reportou no domingo um único caso ativo de covid-19 no arquipélago, mantendo o acumulado de 90 infetados, 89 recuperados, nenhum óbito ou qualquer doente a precisar de cuidados hospitalares.
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