Ex-presidente da supervisão dos seguros da China sentenciado com 11 anos de prisão
Um tribunal de Changzhou, na província de Jiangsu, condenou Xiang Junbo, ex-presidente da Comissão Reguladora dos Seguros da China (CIRC), a 11 anos de cadeia por crime de corrupção.
O antigo dirigente foi considerado culpado por aceitação de vantagem patrimonial ilícita (subornos) enquanto titular de cargo público, de que foi exonerado em 2017, sendo então colocado sob investigação em abril desse ano, por suspeita de corrupção.
As acusações e audiências que corriam desde junho de 2018 sustentavam que Xiang Junbo ajudou de forma ilícita empresas e indivíduos na contratação de projetos, facilitação de processos, emissão de empréstimos, análise de qualificações e promoções profissionais, lista a imprensa local. Em troca dos favores, Junbo aceitou dinheiro ou presentes, diretamente ou através de interposto intermediário, por montante global superior a 19,3 milhões de yuans (cerca de 2,37 milhões de euros).
Além de condenado à pena de prisão, Xiang Junbo, de 63 anos, foi sentenciado com multa de 1,5 milhões de yuans (cerca de 187,5 mil euros) e perdeu todos os bens, confiscados pelas autoridades da República Popular. Durante o período em que terá recebido os subornos, Xiang também serviu como vice-governador do Banco Popular da China (banco central) e dirigiu o Banco Agrícola da China.
De acordo com a imprensa, enquanto esteve no ativo, Xiang promoveu reformas políticas que permitiriam às seguradoras investirem fundos por forma a aumentarem rentabilidade. Entre as medidas que protagonizou, apontam-se o aumento do limite máximo dos investimentos em ações para 40% dos ativos das seguradoras, mais do que é prática noutras jurisdições, onde o limiar oscila entre 10% e 20%.
Várias seguradoras apostaram nesse segmento de investimento, acumulando dívidas por perdas relacionadas com a exposição aos mercados acionistas. Por isso, por exemplo, a Anbang acabou controlada pelo Estado, redenominada como Dajia Insurance Group.
Mais recentemente, o CIRC foi objeto de fusão com a entidade reguladora da banca, operação de que emergiu como supervisor financeiro a atual Comissão Reguladora da Banca e dos Seguros da China (CBIRC).
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