Moody’s corta rating da TAP devido ao coronavírus. Fica a apenas três degraus de default
Agência de notação financeira estima que, sem injeção de capital, a companhia aérea tenha liquidez para apenas "algumas semanas" e não exclui um cenário de reestruturação da dívida.
A Moody’s cortou o rating da TAP devido ao impacto duradouro do coronavírus. A notação financeira, que estava já em investimento especulativo, cai um nível e fica a apenas três degraus de default. A perspetiva de rating mantém-se negativa.
O corte da avaliação da Moody’s reflete “o aumento da duração e intensidade do surto de coronavírus”, segundo explicou o relatório da agência, que antecipa que o setor da aviação continue sob pressão este ano e no próximo. O nível de passageiros registado em 2019 só voltará a ser visto, pelo menos, em 2023.
Além do setor, a estrutura de capital e o rating “já enfraquecidos” da TAP antes do início da pandemia também pesam. Apesar de lembrar que a TAP espera um empréstimo de 1,2 mil milhões de euros do Estado, sublinha que “a implementação do programa de reestruturação da TAP tem de ser aprovado e desenvolvido pela Comissão Europeia”.
“O empréstimo de 1,2 mil milhões a seis meses pelo Governo português vai dar à TAP liquidez suficiente para negociar um plano de reestruturação que possa ter o apoio de todos os stakeholders e possa ser aprovado pela Comissão Europeia. Sem esta injeção de liquidez do Governo português, estimamos que a liquidez da TAP seria insuficiente para continuar operacional além de algumas semanas“, alerta a Moody’s.
As medidas que a TAP terá de implementar para receber a injeção do Estado e o elevado número de partes que têm de concordar faz com que a Moody’s não exclua um cenário de reestruturação da dívida. “Incapacidade de desenvolver um plano de reestruturação que seja apoiado por todos os stakeholders e pela Comissão Europeia irá, provavelmente, levar a novos cortes do rating“, diz a agência, que espera “que seja necessário mais capital para apoiar uma estrutura suficientemente capitalizada”.
Apesar de notar a “importância estratégica” da TAP para a economia portuguesa, a Moody’s não vê qualquer pressão positiva que possa levar a uma subida no rating enquanto o plano de reestruturação está a ser negociado.
(Notícia atualizada às 18h15)
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