Dinamarquesa Gefion Insurance entra em liquidação
O regulador dinamarquês retirou-lhe a licença de atividade e a Gefion cessou operações e caiu. Afirma estar em condições de se tornar solvente, mas segue-se a nomeação de um gestor de liquidação.
A Gefion Insurance, companhia dedicada a negócios no ramo não Vida em regime de LPS (livre prestação de serviços) através de uma rede de parceiros (corretores e agentes) distribuídos por diversos países europeus, vinha enfrentando dificuldades há alguns anos. Em pleno esforço de recuperação foi apanhada pela crise pandémica e não resistiu.
Em março deste ano, o organismo dinamarquês de supervisão financeira (DFSA) decidiu não aprovar o plano de recuperação financeira apresentado pela Gefion, por faltarem evidências de que conseguiria preencher os requisitos de solvência num prazo de seis meses e assim continuar a proteger de forma adequada os interesses dos atuais e futuros segurados.
Na decisão datada de 29 de junho, a DFSA anuncia que recusou prorrogar por mais três meses o prazo já concedido à Gefion para satisfazer requisitos exigidos e, em consequência, retirou a licença à companhia de seguros.
Reagindo à decisão do supervisor, a companhia assume a liquidação, mas insiste que é solvente e que “continua a deter ativos suficientes para satisfazer as suas responsabilidades futuras“, acrescentando que já contava com o compromisso de acionistas para um reforço de capital caso fosse prorrogado o prazo.
Citado na imprensa internacional, Tonny Anker-Svendsen, co-fundador e presidente executivo da Gefion, lamentou: “Durante os últimos doze meses, a direção tem trabalhado árdua e eficientemente para reforçar a posição financeira da empresa. Conseguimos angariar mais de 10 milhões de euros em novos capitais durante 2019 e estávamos a negociar mais investimentos quando a pandemia de Covid-19 se instalou” dificultando o processo.
Desalentado com a decisão da DFSA, Anker-Svendsen acrescentou: “Estou certo que teríamos sido capazes de reunir os fundos necessários para recuperar a posição de capital da empresa e cumprir os requisitos da DFSA, se tivesse sido concedido mais tempo”.
No início de 2020, revendo as contas de exercícios anteriores, a entidade assumia que o rácio de solvência desceu para menos de 50% em 2018. No mesmo sentido, em dezembro de 2019, o regulador dinamarquês instava a companhia a reforçar os seus ativos líquidos elevando-os até um mínimo de 5 milhões de euros.
A somar a estes episódios, além de noticiado envolvimento da Gefion na falência de uma corretora (Staveley Head), diversas corretoras e agentes (MGA) britânicos, por exemplo a Bollington e a Pukka (seguros auto), anunciaram nos últimos meses a suspensão de negócios com a Gefion.
Além de Dinamarca, Reino Unido e Irlanda, a Gefion prosseguia operações na Alemanha, Polónia, França e Itália. A Gefion não está autorizada a operar em Portugal.
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