Se Marcelo não se recandidatasse a PR havia um problema grave
Costa mantém dever de recato sobre presidenciais. "Membros do Governo devem ter em relação às presidenciais um particular dever de reserva", diz.
O primeiro-ministro considera que se Marcelo Rebelo de Sousa não se recandidatasse a Presidente da República “havia um problema grave no conjunto do país” que, no seu entender, tem por certo que concorra a um segundo mandato.
Esta opinião foi transmitida por António Costa em entrevista ao semanário Expresso, em que também adianta que, por exercer as funções de primeiro-ministro, adotará uma atitude de “recato” nas próximas eleições presidenciais.
Questionado sobre a possibilidade de existir um problema de “vacatura à direita” caso Marcelo Rebelo de Sousa decida não se recandidatar nas próximas eleições presidenciais, António Costa foi mais longe na sua análise: “Havia um problema grave no conjunto do país, que dá isso por adquirido e se sente confortável com o Presidente”.
Já sobre a forma como o PS vai gerir o processo das próximas eleições presidenciais, o secretário-geral socialista disse que haverá um momento em que os órgãos do seu partido se irão pronunciar sobre essa matéria.
“Sendo eu também primeiro-ministro, seja a pessoa que menos interfira nesse debate, porque terei de ter com o próximo Presidente uma relação institucional. Não vou interferir muito nessa campanha eleitoral”, avisou.
Na perspetiva de António Costa, um primeiro-ministro em exercício, em período de eleições presidenciais, “deve manter recato”.
A seguir, António Costa foi confrontando com o facto de o seu ministro e dirigente socialista Pedro Nuno Santos ter afirmado que apoiará um candidato presidencial do BE ou do PCP se não houver ninguém da área do PS.
O primeiro-ministro, porém, entende que “os membros do Governo devem ter em relação às presidenciais um particular dever de reserva, tendo em conta aquilo que é a relação que o Governo deve manter com o próximo Presidente, com quem terá de conviver muito tempo”.
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