Um refúgio na aldeia, com luxo simples. Esta é a Villa Pedra
É tempo de voltar à terra, numa aldeia portuguesa onde o pão fresco cozido no forno de lenha e o bolo caseiro é-nos deixado à porta todas as manhas. Tal como noutros tempos.
À chegada sentimos tudo. O ar puro, a elegância do espaço, a segurança, a tranquilidade, o conforto, a autenticidade e a hospitalidade difícil de descrever, porque o melhor é mesmo sentir. A aldeia está situada na serra do Sicó, um refúgio privado e que convida a uma viagem ao tempo distante em que o homem e a natureza viviam ali, em plena comunhão.
Anos anteriores, a Villa Pedra conquistou clientes europeus, até da Austrália e Nova Zelândia, mas num ano em que o mundo se fechou face a uma pandemia, cresceu o número de hóspedes portugueses, que optam pela tranquilidade do campo. Aqui o turismo faz-se numa aldeia inteira, com diferentes casas que se podem alugar, todas elas com uma decoração diferente, mas que respeitam o sentido do mesmo projeto. Começou por ser uma aldeia abandonada, transformada numa propriedade privada com a dedicação dos sócios Manuel Casal e Eckhard Frank, os mesmos proprietários da loja multimarcas Stivali, na Avenida da Liberdade, em Lisboa. A eles juntou-se o arquiteto Victor Mineiro, responsável pela recuperação que respeita a traça original, a estética, a natureza e a cultura do lugar.
Mais de 70 anos depois do abandono, em 2009 nasceu a Villa Pedra Natural Houses. Ao todo são 14 casas, de diferentes tipologias, entre as quais as antigas escolas primárias, masculina e feminina e a Cozinha, que em tempos de Covid-19, faz e entrega a refeição completa em cada uma das casas, com toda a segurança e comodidade. As casas foram batizadas com nomes de árvores e ervas aromáticas – jasmim, alecrim, cerejeira, nespereira, limoeiro…e cada uma tem uma personalidade própria com objetos de design, tapetes árabes, arte, escolhidas a dedo para cada casa pelos proprietários.
Numa aldeia onde antes se vivia quase isolado, o luxo é simples, mas contemporâneo. Com todas as comodidades da vida moderna, da televisão por cabo ao aquecimento central, mas que convivem com o céu estrelado à noite ou o cheiro que vem da cozinha tradicional. Um mar de calmaria onde os hóspedes têm jardins privados com vista para a serra, zonas de chill-out e duas piscinas de água salgada para os dias quentes da região centro do país.
Para os mais aventureiros e curiosos, a região tem as ruínas romanas de Conímbriga e as grutas de Mira Daire para visitar, mas também os vinhos da sub-região Terras de Sicó, e o queijo Rabaçal DOP (Denominação de Origem Protegida), curado de pasta semi-dura, de produção artesanal, que deliciou Eça de Queirós, em “A Cidade e as Serras”: “(…) cada queijo, um desses queijinhos redondos, como o Camembert ou o Rabaçal, pode vir a custar-te, a ti Jacinto queijeiro, entre duzentos e cinquenta e trezentos mil réis.”
Nunca foi um segredo, mas a Villa Pedra sempre pautou pela discrição, que é a forma de estar dos proprietários nos seus negócios, talvez por isso seja um dos destinos preferidos de celebridades internacionais desde a inauguração. Um segredo bem guardado e certamente a descobrir.
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