Groupama cresce 31% em lucro semestral, com negócio não-Vida estável
Registando decréscimo na receita de prémios Vida e Saúde, penalizados pela pandemia, o desempenho financeiro da instituição francesa beneficiou do desinvestimento no Banque Postale Assurances.
A Groupama, mutualista francesa que opera subsidiárias com posições de relevo em nove países, fechou o primeiro semestre de 2020 com receitas de 9,3 mil milhões de euros, apresentando decréscimo de 1,2% (face a junho de 2019) no volume combinado de prémios de seguro.
Em perímetro comparável, a companhia apontou cerca de 5,2 mil milhões de euros em prémios de P&C (propriedade e danos), em subida ligeira de 0,4%, enquanto os seguros Vida e saúde totalizaram 4,02 mil milhões, apontando recuo de 4,5% face a igual período de 2019.
O mercado francês contribuiu com 8,1 mil milhões do volume total de prémios, sinalizando igualmente variação negativa de 1,2%. O segmento de riscos profissionais decresceu 5% no mercado doméstico da companhia, penalizado pelas medidas de flexibilização concedidas aos segurados no contexto da pandemia. A compensar, o negócio de assistência cresceu acima de 16%, suportando a evolução dos prémios no negócio P&C. A área de seguros Vida e saúde recuou 3,7% em França, totalizando 3,67 mil milhões de euros.
Na atividade internacional, por onde as receitas desceram 2,5% para 1,2 mil milhões, a pandemia Covid-19 teve impacto diferenciado pelas subsidiárias consoante o nível de diversificação de portefólio, explica a empresa em comunicado. Enquanto o mercado italiano evidenciou redução de sinistros devido ao período de confinamento e restrições determinadas pela pandemia, Grécia e Turquia conseguiram manter-se dentro dos respetivos objetivos.
O resultado operacional combinado do grupo ascendeu aos 196 milhões de euros, em progressão de 5,9% face ao primeiro semestre de 2019, com a atividade puramente seguradora a gerar 220 milhões de euros de resultado económico. Realçando a resiliência do grupo face aos efeitos da crise sanitária, a companhia indica que, em termos de eficiência, terminou o semestre com um rácio combinado de 97,9% (atividade não Vida), “estabilizado em comparação com 30 junho de 2019”.
Por fim, o resultado líquido atribuível elevou-se aos 139 milhões, apontando subida de 31%. Assumindo que a Covid-19 teve “impacto tremendo” no desempenho financeiro da primeira metade do exercício, o efeito integral deverá ser avaliado ao longo do ano, assume Thierry Martel, CEO do grupo, reconhecendo também que os números apresentados beneficiam de um ganho extraordinário de capital (elemento contabilístico não recorrente) resultante do desinvestimento da participação que detinha no Banque Postale Assurances IARD, formalmente concretizado em abril.
Em termos de capitalização, a Groupama Assurances Mutuelles terminou o semestre com 10,1 mil milhões de euros de fundos próprios (em base IFRS), enquanto o rácio Solvência II enfraqueceu para 152%. Considerando medidas de transição autorizadas pela supervisão (ACPR) sobre reservas técnicas, o indicador de solvabilidade atinge 252%.
A Groupama que, além desta, também opera a marca Gan em França, deixou Portugal em 2018. As atividades Vida e não Vida que detinha no mercado português foram adquiridas pela China Tianying e são agora desenvolvidas pela Una Seguros.
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