O futuro da formação e desenvolvimento num mundo pós-Covid

  • Zaina Xavier
  • 10 Dezembro 2020

Ninguém quer assistir exclusivamente a vídeos ou folhear diapositivos aborrecidos. Se conseguirmos mudar uma pequena parte da formação da nossa empresa para o online iremos poupar bastante tempo.

A pandemia da Covid-19 mudou o mundo do trabalho e ninguém sabe como será a nova normalidade depois de as restrições serem levantadas e de esta pandemia ter ficado para trás. Mas, uma coisa é certa, as coisas não voltarão a ser o que eram. Com as pessoas a beneficiarem da flexibilidade do trabalho a partir de casa e a crescente facilidade com tecnologias como o Zoom, o Slack e o Google Drive a generalizarem-se, há uma elevada probabilidade de o trabalho no escritório se tornar futuramente bastante mais flexível.

Se a forma como trabalhamos se alterar, a formação irá mudar. Antecipo que irá passar a ser online.

Porquê? Em primeiro lugar, é mais barato. Sem despesas de aluguer de salas ou de viagens, traduz-se em poupança de dinheiro e de tempo. E também é mais fácil de dimensionar. Sem constrangimentos de espaço e com programas de formação concebidos de forma a poderem ser realizados em qualquer lugar e em qualquer momento, centenas de pessoas podem estar a fazer simultaneamente a mesma formação. Na Kinsta, estamos a implementar uma plataforma de e-learning chamada Lessonly. Uma das primeiras coisas para que a iremos utilizar é como parte do processo de integração, quando um elemento novo se junta à nossa empresa. No último mês, nove pessoas começaram a trabalhar na Kinsta, e esse número só vai aumentar no futuro. Habitualmente, um elemento novo na empresa irá participar, durante os primeiros dias, em cerca de 6 horas de “conversas”. Podem ser conversas sobre assuntos como a história da empresa, a constituição das equipas em que irão trabalhar ou com que irão trabalhar, a forma de utilização de determinados sistemas, as políticas da empresa ou as práticas de segurança.

Normalmente, alguém terá de passar seis horas com essas nove pessoas, por isso são 54 horas que iremos poupar mensalmente.

Também iremos usar a plataforma para outros tipos de formação: acabámos de lançar a nossa formação em “Diversidade e inclusão”, e irão seguir-se outras sessões. Os gestores também podem utilizá-la para a formação específica das suas próprias equipas; por exemplo, a nossa equipa de vendas está a planear utilizá-la para partilharem uns com os outros conhecimentos sobre as melhores práticas na equipa. Temos o cuidado de complementar estas formações com formações presenciais, cafés virtuais e outros tipos de interações. Ninguém quer assistir exclusivamente a vídeos ou folhear diapositivos aborrecidos. Mas, se conseguirmos mudar nem que seja uma pequena parte da formação da nossa empresa para a presença online, iremos poupar bastante tempo. A Kinsta é uma empresa tecnológica com trabalhadores distribuídos por todo o mundo, por isso poderia argumentar-se que os nossos colaboradores têm mais conhecimentos tecnológicos do que a maioria. Infelizmente, o e-learning não se adapta a todos os setores ou funções.

Também é verdade que determinadas soft skills, por exemplo, sobre o desenvolvimento de inteligência emocional para líderes, são simplesmente mais eficazes quando realizadas presencialmente. Finalmente, existem muitos tipos de atividades de desenvolvimento que são frequentemente negligenciados: job shadowing, presença em conferências ou on the job training. Assim, não prevejo que estejamos a mudar para um ambiente em que só teremos formação online, mas agora essa mudança vai acontecer muito mais rapidamente.

*Zaina Xavier é head of HR na Kinsta.

  • Zaina Xavier

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