Seguradoras dos Emirados árabes fazem guerra de preços
A indústria seguradora dos EAU protagoniza momento de intensa competição para satisfazer exigências de resseguradoras, procurando simultaneamente manter quotas de mercado.
O mercado segurador dos Emirados Árabes Unidos (EAU) vive uma guerra de preços, tentando cumprir objetivos de resultado técnico e angariação de prémios que as resseguradoras terão estabelecido para este ano. Fontes do site Middle East Insurance Review explicam que a forte dinâmica concorrencial, em particular no ramo automóvel, visa igualmente objetivos de liquidez que permitam suportar gastos da operação corrente.
Um executivo não identificado de uma seguradora local adiantou que a sua companhia concedeu recentemente descontos de até 30% em produtos de seguros, cobrindo a maioria dos riscos com que a empresa lida, tais como propriedade, automóvel, incêndio e saúde.
Dados da Badri Management, uma consultora de atuariado sediada no Dubai, revelam que a receita com prémios de seguros tem crescido nos EAU, enquanto o retorno com investimentos evidenciou forte declínio nos primeiros seis meses de 2020. Apesar de penalizada pela pandemia de covid-19, o volume bruto de prémios das seguradoras listadas dos EAU cresceu 5% no primeiro semestre, em variação homóloga, até aos 14,3 mil milhões dirhams locais (AED), um equivalente de 3,34 mil milhões de euros, gerando lucro bruto a rondar 220,8 milhões de euros, um resultado 4% inferior ao alcançado em igual período de 2019.
De acordo com dados não oficiais para 2019 e respetivas quotas, o Top5 do mercado de seguros dos EAU, por volume bruto de prémios, era liderado pela Orient Insurance (16,4%), ADNIC (15,8%), Oman Insurance (14,9%), Al Ain Al Ahlia (4,9%) e Emirates Insurance (4,8%).
No termo de 2019 (considerando 30 empresas que operam nos Emirados), o mercado somava 23,74 mil milhões de AED em volume bruto de prémios (cerca de 5,5 mil milhões de euros), evidenciando progressão de 8,3% face ao ano anterior.
Relação comercial de Portugal com os EAU
Confinando com Omã e o reino da Arábia Saudita, no Golfo Pérsico, a confederação de Emirados localiza-se a sudeste península arábica e é composta por sete monarquias, com relevância para Abu Dhabi e Dubai.
Com uma população ligeiramente superior a 9 milhões de habitantes, os Emirados Árabes Unidos (EAU) caraterizam-se por um elevado PIB per capita. Os expatriados têm peso enorme no mercado laboral, estimando-se que representem cerca de 85% do total. Apesar da reduzida dimensão em termos de população e de território, os Emirados Árabes Unidos são a segunda maior economia no Golfo Pérsico, logo a seguir à Arábia Saudita, funcionando como importante plataforma económica no fornecimento de bens e serviços para os países da região.
De acordo com informação da AICEP, agência portuguesa de comércio externo, os EAU têm uma das políticas de comércio externo mais abertas da região. No entanto, exigem que a venda de qualquer mercadoria importada tenha que ser efetuada ao abrigo de agente / representante comercial / importador / distribuidor local.
Apesar dos impostos especiais sobre o consumo (bebidas gaseificadas, bebidas energéticas e tabaco) terem entrado em vigor em outubro de 2017 e o IVA ter sido introduzido no dia 1 de janeiro de 2018, a carga fiscal do país continua a ser das mais baixas do mundo. Nos cinco anos contados até 2017, o número de exportadores para os Emirados Árabes Unidos registou um aumento médio anual de 6,9%. No ano de 2017, o total de empresas exportadoras para os Emirados Árabes Unidos foi de 952, o que representa um aumento de 29,9% face a 2013.
A balança comercial de bens e serviços entre Portugal e os Emirados Árabes Unidos tem sido favorável ao nosso país, tendo apresentado um excedente de 153,4 milhões de euros em 2017, a que correspondeu um coeficiente de cobertura das importações pelas exportações de 215,6%. O crescimento médio anual das exportações portuguesas, no período 2013-2017, foi de 17,7%, enquanto as importações aumentaram, em média, 1,5%.
Ainda, de acordo com informação do instituto público relativa ao comércio de bens em 2017, os EAU foram o 37º cliente de Portugal, representando 0,3% das exportações portuguesas. Na estrutura das exportações de bens destacaram-se, nesse ano, as máquinas e aparelhos, madeira e cortiça, minerais e minérios, plásticos e borracha e veículos e outro material de transporte.
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