Gestores portugueses colocam pandemia no topo das preocupações, revela WEF

  • ECO Seguros
  • 8 Outubro 2020

Um inquérito do World Economic Forum em parceria com a Marsh e a Zurich mostra desemprego como principal preocupação dos empresários. Os gestores portugueses colocam a pandemia como risco nº1.

O estudo “Riscos Regionais dos Negócios 2020”, cujas conclusões o Fórum Económico Mundial (WEF na sigla internacional) acaba de divulgar, inquiriu cerca 12 mil líderes empresariais de 127 países, a quem foi pedido que, de uma lista de 30 riscos, selecionassem as cinco ameaças mais preocupantes para o desenvolvimento de negócios no seu país.

Entre as conclusões do relatório global, o “desemprego” destaca-se como principal preocupação dos líderes de negócios, seguido de perto pelas “doenças infecciosas” e pelas “crises fiscais”, que ocupam o terceiro lugar. Os riscos climáticos, como catástrofes naturais, perda da biodiversidade e o colapso dos ecossistemas estão a subir na lista dos principais riscos, refere comunicado conjunto distribuído em Portugal pela corretora Marsh e a seguradora Zurich.

Em resultado da informação recolhida em Portugal junto de aproximadamente 150 respondentes, a propagação de doenças infecciosas ocupa o primeiro lugar na tabela de perceção de risco, seguindo-se o risco de falha de “mecanismo financeiro ou institucional”, à frente do “desemprego.” O risco de “bolha de ativos” é quarto, e o risco de “ciberataques” é o quinto mais apontado pelo painel de inquiridos no país.

“As disrupções de emprego causadas pela pandemia, o aumento da automação e a transição para economias mais verdes são fundamentalmente mercados de trabalho em evolução. Ao sairmos desta crise, os líderes têm uma oportunidade única para criar novos empregos, com rendimentos dignos, e redesenhar redes de segurança social que correspondam aos desafios dos mercados de trabalho de amanhã”, refere Saadia Zahidi, Managing Director do Fórum Económico Mundial.

O relatório, cujas conclusões estão acessíveis através de mapa interativo e outra infografia detalhada por país e por riscos percecionados – de acesso rápido e fácil leitura – foi desenvolvido em parceria com as empresas Marsh & McLennan Companies (MMC), a Zurich Insurance Group e o SK Group, integrando a plataforma “Global Risks Initiative” do WEF, um grupo de trabalho criado para analisar riscos globais críticos.

Nas conclusões de âmbito mundial, as “doenças infecciosas” subiram 28 lugares no ranking e ocupam o segundo lugar, sendo o risco mais recorrente a ocupar o Top 10 em todas as regiões, exceto na Ásia do Sul. As regiões alvo da pesquisa incluem Ásia-Pacífico, Eurásia, Europa, América Latina e Caribe, Médio Oriente e Norte de África, América do Norte, Ásia do Sul e África Subsaariana.

“A crise do COVID-19 veio evidenciar a resiliência organizacional. (…) Tal como as preocupações económicas e climáticas exigirão por parte das empresas um novo alinhamento dos planos de negócio, uma maior confiança nas infraestruturas digitais significará um aumento acentuado de exposição ao risco cibernético. Para otimizar a recuperação, as empresas precisarão de preparar melhor os seus modelos de negócio, tornando-se assim mais resilientes face a futuras interrupções”, afirma John Doyle, presidente e CEO da Marsh.

Embora os riscos mais pontuados sejam principalmente os económicos, os relacionados com o clima estão também a merecer atenção especial este ano, com as “catástrofes naturais” (que sobem sete lugares), os “fenómenos meteorológicos extremos” (sobem cinco), a “perda da biodiversidade” e “colapso dos ecossistemas” (sobem oito) e a “falha de adaptação às alterações climáticas” (sobe dois) a merecerem lugares de destaque. Outras alterações significativas verificam-se ao nível das “catástrofes ambientais provocadas pelo homem” (a descer seis lugares), a “falha de planeamento urbano” (desce sete) e os “ataques terroristas” (a descer nove), sintetiza a fonte do grupo MMC.

“O COVID-19 está a distrair-nos de alguns riscos de longo prazo, que permanecerão muito tempo depois desta atual crise ser resolvida. Mas, a pandemia está também a ter um efeito positivo, ao levar as empresas a reavaliarem as suas prioridades. Espero que, com isto, as empresas desenvolvam as suas estratégias de resiliência ao risco e que estas resultem em ações decisivas e de impacto para combater os riscos que já existem como as alterações climáticas”, refere Peter Giger, Group Chief Risk Officer do Zurich Insurance Group.

O relatório divulgado pela WEF (“Regional Risks for Doing Business 2020“) baseou-se no Executive Opinion Survey, um inquérito internacional realizado entre janeiro e julho de 2020 e que recebeu 11860 respostas.

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