Comissão Permanente do PSD sublinha que não há acordo nacional com IL ou Chega
O PSD responde a críticas sobre o entendimento com o Chega nos Açores garantindo que não há acordo nacional. Reitera que os objetivos do partido "não ferem matriz social-democrata".
A Comissão Permanente do PSD reforça esta segunda-feira em comunicado que não há acordo nacional com a Iniciativa Liberal (IL) ou Chega, nem com CDS e PPM, os partidos que sustentam a coligação regional açoriana. A comissão social-democrata sublinha ainda que o acordo de Governo nos Açores tem “todo o apoio institucional e político”.
“Não há nenhum acordo nacional, com o IL ou o Chega, assim como também não o há com os próprios partidos que sustentam a coligação regional açoriana”, sublinha a Comissão Permanente, em comunicado enviado às redações. Ainda assim, reitera que o acordo de governo PSD-CDS-PPM no arquipélago “materializa o fim de uma hegemonia governativa socialista de 24 longos anos, que fica negativamente marcada por tiques de autoritarismo e fenómenos de nepotismo”.
Estas declarações chegam no seguimento de críticas por parte do PS, nomeadamente de António Costa, relativamente ao entendimento alcançado entre o PSD e o Chega para a coligação de direita nos Açores. O secretário-geral do PS acusou o partido de “ter ultrapassado a linha vermelha de toda a direita democrática ao celebrar um acordo com a extrema-direita xenófoba”.
Rui Rio tem vindo a responder às críticas no Twitter, argumentando que “o PS, que fez um acordo escrito e se entregou ao BE e ao PC em muitas leis e em TODOS os Orçamentos de Estado desde a Geringonça/2015, veste-se agora de virgem ofendida por não conseguir uma maioria nos Açores”. “O PS sabe que mente, quando agita acordos nacionais e coligações do PSD com o Chega”, acrescentou o líder social-democrata.
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“O PS sabe que mente, quando inventa cedências do PSD a ideias do Chega em matéria de revisão constitucional; joga baixo e tenta baralhar os portugueses. Na verdade, a família socialista acha-se a legítima proprietária dos Açores, e, no seu desespero, perdeu a noção da decência”, escreveu ainda Rio, no Twitter.
Quanto ao acordo com o partido liderado por André Ventura, a Comissão Permanente do PSD argumenta que “os quatro objetivos que o Chega defendeu – e de que deu conhecimento ao Senhor Representante da República – para viabilizar o novo Governo Regional em nada ferem a matriz social-democrata do PSD”.
São eles: “propor a redução do número de deputados regionais, criar um Gabinete Regional de Luta Contra a Corrupção, reduzir a elevadíssima subsidiodependência na Região e promover o aprofundamento da autonomia política no quadro do Estatuto Político-Administrativo dos Açores e da Constituição da República”. O PSD irá prosseguir com estes objetivos na governação, sublinhando que “mal fora que não o fizesse apenas porque o Chega também o defende”.
“Dar e aumentar rendimentos fruto do trabalho, reduzindo a necessidade de subsídios e fiscalizando melhor a sua atribuição é, seguramente, um objetivo social-democrata”, reitera a Comissão Permanente do partido.
Já no que diz respeito ao acordo com a IL, o partido garante que o Governo PSD-CDS-PPM “deverá, seguramente, prosseguir na sua governação regional” os objetivos consensualizados. Estes focam-se na “implementação de um novo modelo de governação, no sentido de diminuir o peso do Estado na sociedade e na economia, capaz de fazer crescer o PIB regional, de reduzir o fosso que separa os Açores do resto do País e da média da União Europeia, de combater a pobreza, de diminuir a dependência do exterior e de reduzir a dívida pública açoriana”.
A Comissão Permanente saúda ainda José Manuel Bolieiro pela indigitação para Presidente do Governo Regional, instando-o a “prosseguir com força e convicção esta importante mudança política na Região que, a exemplo do que se passa em Portugal continental, necessita de uma governação mais competente, sem mentiras e mais virada para o futuro”.
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