Menos dinheiro e cheques, mais digital e contactless. O que vai mudar nos nossos pagamentos no dia-a-dia
Vem aí uma revolução na forma como utiliza o dinheiro no seu dia-a-dia. O Banco de Portugal anunciou esta segunda-feira a Estratégia Nacional para os Pagamentos de Retalho 2020-2022.
Vem aí uma revolução na forma como utiliza o dinheiro no seu dia-a-dia. O Banco de Portugal anunciou esta segunda-feira a Estratégia Nacional para os Pagamentos de Retalho 2020-2022. Todos os cartões e terminais de pagamento serão contactless dentro de três anos. Haverá menos cheques e dinheiro vivo nas transações. As lojas poderão ser obrigadas a disponibilizar outro meio de pagamento eletrónico além do tradicional numerário. Tudo o que vai mudar nos nossos pagamentos no dia-a-dia nos próximos anos.
Todos os cartões e terminais serão contactless em três anos
Até final do ano, todos os novos cartões (os que serão emitidos) passarão a incorporar tecnologia contactless. Ao contrário dos cartões tradicionais, que obrigam à sua introdução num terminal de pagamento e à colocação do código, estes cartões contactless evitam contacto físico numa compra em qualquer estabelecimento comercial, tornando a operação mais simples.
Atualmente, cerca de metade dos cartões já incorporam essa tecnologia contactless. Tendo em conta que os cartões têm validade de três a quatro anos, dentro de cerca três anos a grande maioria dos cartões serão contactless, por via de uma renovação gradual e natural do parque de cartões.
Para 2021 está previsto alargar a abrangência da rede de terminais de pagamento automático e de cartões de pagamento contactless. Isto é, haverá cada vez mais supermercados e lojas onde poderá efetuar uma compra com cartão contactless ou até com o telemóvel.
Hoje em dia, metade dos terminais de pagamento (TPA) já 50% já aceitam cartão contactless. Dentro de dois anos a grande maioria dos TPA passarão a ter esta solução.
Menos cheques
Os cheques não vão acabar, é certo, apesar de estarem em cada vez maior desuso. E a tendência continuará a ser essa nos próximos anos.
Ainda este ano, o Banco de Portugal vai proceder a uma identificação dos diplomas legislativos e outros normativos que impõem/privilegiam a utilização de instrumentos de pagamento baseados em papel, designadamente o cheque. Com isto, pretende-se identificar situações em que a utilização do cheque não é tão eficiente em relação a outras soluções de pagamento.
Atualmente, usa-se cheque sobretudo em situações de compra de casa e no que diz respeito à regularização tributária perante o Estado (essencialmente por parte de empresas).
Em 2021, dar-se-á o passo seguinte: avaliação dos instrumentos alternativos para os principais casos de uso do cheque (incluindo operações de grande montante e aquelas em que é necessária a confirmação do pagamento).
Lojas com obrigatoriedade de aceitar um pagamento eletrónico?
É uma grande questão. O único meio de pagamento obrigatório nos estabelecimentos comerciais e empresas é o dinheiro vivo, embora onde quer que vamos geralmente fornece um meio alternativo, designadamente o cartão do banco. 2022 poderá marcar o início de uma mudança histórica.
Em 2022, a estratégia prevê que se avalie “a viabilidade de se promover uma alteração legislativa que imponha a obrigação das empresas passarem a aceitar, em conjunto com o numerário, pelo menos um instrumento de pagamento eletrónico”.
Mais pagamentos imediatos, aqui e na Europa
Com vista a vulgarizar os pagamentos imediatos, será implementado em 2021 uma base de dados nacional que permita a associação entre um IBAN e o número de telemóvel, email, número de identificação civil ou número de identificação fiscal. É uma forma a facilitar a utilização das transferências imediatas.
Em 2022, será promovida a utilização generalizada das transferências imediatas, em linha com as iniciativas europeias que estão atualmente em curso.
Mais segurança e uso de elementos biométricos
As compras online também passarão a ser mais seguras. A estratégia prevê a adoção, este ano, dos mecanismos de autenticação forte do cliente em e-commerce (comunicação e alterações técnicas).
Para o próximo ano prevê-se a implementação de mecanismos de autenticação forte que melhorem a usabilidade das soluções de pagamento, como por exemplo, elementos biométricos, como a impressão digital ou o rosto facial.
Facilitar pagamentos ao Estado
Tem impostos a pagar ou alguma contribuição para a Segurança Social para regularizar? A estratégia dos pagamentos de retalho quer promover soluções de pagamento eletrónicas que agilizem os pagamentos à Administração Pública, designadamente aqueles de valor elevado e que se aplicam, geralmente, às empresas.
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