Siza alerta que chumbo do Orçamento pode trazer Chega para o arco da governação

O ministro da Economia afirma que se o Orçamento chumbar, a alternativa política “traz para o arco da governação um partido” que “é uma ameaça grande aos valores da nossa democracia”.

Pedro Siza Vieira esteve na manhã desta quarta-feira numa entrevista para um podcast do Partido Socialista e foi questionado sobre a maioria parlamentar que vai aprovar o Orçamento do Estado para 2021 na votação final global agendada para o final deste mês.

O ministro da Economia começou por apontar para a necessidade de a chamada “geringonça” apoiar o Orçamento: “É essencial que possamos dar uma resposta a esta crise que reflita o sentimento da maioria do eleitorado que votou nestes três partidos [PS, PCP e Bloco]. Mais, todos os partidos apresentaram-se ao eleitorado dizendo que a solução da dita geringonça era uma solução que tinha sido muito importante para o país e que era importante preservar”.

A seguir Siza Vieira diz claramente que a alternativa seria uma crise política que poderia trazer a direita e o Chega ao poder. Isto numa altura em que o PSD formou uma coligação nos Açores com o CDS e o PPM, com o apoio parlamentar do Iniciativa Liberal e do Chega.

No podcast com o jornalista Filipe Santos Costa, Siza Vieira foi claro em acenar o papão do Chega e apontou para a necessidade de PCP e Bloco viabilizarem o Orçamento: “Particularmente num contexto em que já percebemos que a alternativa política e partidária que se pode configurar para alternar no poder — se estes três partidos não forem capazes de assegurar uma solução comum — é uma alternativa política que traz para o arco da governação um partido agora surgido que aposta em cavar as barreiras entre a sociedade portuguesa, protagonizando bandeiras, valores e princípios que seguramente o eleitorado que votou nos partidos da solução governativa anterior não se reconhecem e percebem a ameaça que isso constitui à democracia”.

O ministro do Estado e da Economia afirmou ainda que o país tem pela frente “uma crise grande e é preciso que a resposta a essa crise seja feita com os valores que norteiam os eleitores que votaram nos partidos da solução governativa anterior, sobretudo também pensando que a alternativa é uma ameaça grande aos valores da nossa democracia”.

Questionado se foi essa aproximação do partido de Rui Rio ao Chega é que levou o PS a não querer negociar o Orçamento com o PSD, Siza Vieira começou por dizer que e importante não haver uma solução de Bloco Central para o país, porque isso “empobrece a democracia”.

Mas depois voltou a carregar na mesma tecla: “Nesta momento o PS fez a sua escolha, o Governo procura os seus aliados preferenciais do lado esquerdo do Parlamento, e do lado direito temos agora muito mais claramente aquela que é a alternativa e eu acho que isso é um facto que, se quiser, torna claro para o país quais são as alternativas”.

Desde sexta-feira, que o presidente do PSD tem recorrido ao Twitter para criticar o PS, acusando os socialistas de mentir sobre a natureza do apoio do Chega à solução governativa encontrada no arquipélago entre PSD, CDS-PP e PPM. O último posto foi desta manhã:

 

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