Verão dá mais receitas e lucros à Sonae. Segunda vaga é “novo teste”
Holding liderada por Cláudia Azevedo lucrou mais no terceiro trimestre que no mesmo período do ano passado, com as vendas a recuperarem. Saldo no ano continua negativo: prejuízos de 24 milhões.
A Sonae teve prejuízos de 24 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um valor que ficou, ainda assim, aquém do registado no primeiro semestre. É uma melhoria que traduz um desempenho positivo no período do verão, em que lucrou 51 milhões, beneficiando de um crescimento de quase 6% nas receitas.
Nos primeiro nove meses de 2020, o “resultado foi principalmente influenciado pelo total de contingências contabilísticas registadas no primeiro trimestre e pela redução da valorização do portefólio da Sonae Sierra no segundo trimestre, ambas diretamente relacionadas com a Covid-19”, diz a Sonae. Enquanto no ano passado tinha lucrado 88 milhões, este ano perdeu 24.
Olhando para o terceiro trimestre, os números são bem mais positivos, permitindo atenuar parte do prejuízo no ano. “O resultado líquido da Sonae atribuível aos acionistas aumentou 2% no terceiro trimestre de 2020 face período homólogo do ano passado, atingindo 51 milhões de euros“, diz a empresa liderada por Cláudia Azevedo.
“O volume de negócios e o EBITDA subjacente consolidados da Sonae aumentaram no terceiro trimestre, mais do que compensando os valores mais baixos registados no segundo trimestre devido ao confinamento”, salienta a empresa. Assim, as receitas cresceram 5,9% para 1.773 milhões de euros, apresentando o mesmo desempenho no total do ano para um valor de 4.908 milhões.
"Esta nova vaga [da pandemia] irá certamente voltar a testar-nos.”
Este crescimento das receitas foi “suportado pelo forte contributo da Sonae MC e da Worten“, diz a empresa no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). E pelo negócio online que se destacou em todas as insígnias do grupo.
“As vendas online dos nossos negócios integralmente consolidados duplicaram nos primeiros nove meses de 2020, face ao período homólogo, e representaram mais de um terço do crescimento de vendas, provando as capacidades digitais e propostas de valor do e-commerce dos nossos negócios”, refere a Sonae.
Novo teste com a segunda vaga
O terceiro trimestre foi de forte recuperação para a Sonae, depois de um período complicado no segundo trimestre que passou fatura às contas da “holding” liderada por Cláudia Azevedo. “Após um segundo trimestre difícil, marcado por fortes medidas de confinamento, o terceiro trimestre foi ainda um período com muitas restrições que impactaram o nosso dia-a-dia”, diz a líder do grupo.
A Sonae, tal como outras empresas, viram os negócios recuperar, embora com outras dinâmicas, mas a chegada da segunda vaga volta a assustar muitos empresários. E Cláudia Azevedo vê neste contexto um novo teste.
“Enquanto escrevo estas palavras, e desde o início de outubro, temos assistido a um aumento do número de infeções por Covid-19 em todo o mundo, sendo que os governos estão novamente a implementar restrições mais severas, incluindo novos confinamentos em alguns países. Esta nova vaga irá certamente voltar a testar-nos“, diz.
Contudo, “tendo enfrentado a primeira vaga como o fizemos, e dado o atual nível de preparação das nossas equipas, estou certa de que os nossos negócios serão capazes de continuar a satisfazer as necessidades dos nossos clientes e que a Sonae continuará a criar valor para todos os seus stakeholders“, remata.
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