CNP Assurances regista quebra de 27,5% em Portugal até setembro
Por causa da pandemia, que teve impacto estimado de 3,5 mil milhões na atividade do grupo, a receita caiu 30,5% em França, mas a CNP realça nível histórico de atividade no Brasil.
A CNP Assurances, líder francesa no mercado de banca e seguros, consolidou 18,65 mil milhões de euros em volume de negócios até final de setembro, em decréscimo de 25,7% face à receita de um ano antes (-21% em perímetro e câmbios constantes).
O negócio em Portugal, através da subsidiária CNP Partners, caiu 27,5%, face ao volume de igual período em 2019, para se situar em três milhões de euros, indicam números da instituição francesa até final de setembro. A companhia está presente em Portugal no setor dos seguros Não Vida através da CNP Partners (gerida desde Espanha), com a oferta de soluções para proteção de pagamentos junto das instituições de crédito.
Citado no comunicado, Antoine Lissowski, diretor-geral da CNP, referiu a capacidade de resistência da instituição, destacando o nível de atividade “muito elevado” no terceiro trimestre, “em particular no Brasil”. Lissowski adiantou ainda que, até agora, a crise financeira e sanitária associada à Covid-1 teve “impactos limitados”.
Detalhando a evolução da atividade, sustentada sobretudo pela área poupança e reforma, a CNP assume que o declínio da receita consolidada se explica essencialmente pela crise sanitária (pandemia da Covid-19), cujo impacto causou recuo de 30,5% no volume de negócio consolidado em França, onde a receita se ficou pelos 11,4 mil milhões de euros, descendo perto de 9% no resto da Europa (Luxemburgo e Espanha destacaram-se com quebras relativas em torno dos 50%) e a crescer 1,1% na América Latina.
No documento que publica indicadores até setembro, a CNP realça que, desde junho, registou atividade histórica na América Latina, em particular no Brasil (através da Caixa Seguradora), atualmente a segunda maior fonte de receita do grupo (3,8 mil milhões de euros, a crescer 1% em perímetro e base cambial constantes).
O grupo encerrou os primeiros nove meses do ano com 1,94 mil milhões de euros no resultado bruto de exploração, menos 14,7% face ao alcançado um ano antes (-6,7% em base constante), referindo progressão superior a 6% na América Latina (Brasil e Argentina) e na Europa (excluindo França). Os efeitos do impacto da crise pandémica foram “compensados por uma produção de nível histórico desde junho”, lê-se no documento.
A CNP Assurance estima que impacto da pandemia no volume de negócios ascende a 3,5 mil milhões de euros, dos quais 2,4 mil milhões referem à operação em França, 800 milhões na América Latina e 400 milhões no resto da Europa. No entanto, em termos operacionais, o desempenho no Brasil e a operação em Itália (CNP UniCredit Vita) compensaram o efeito da Covid-19. Por outro lado, a fatura da crise financeira e sanitária atenuou-se no terceiro trimestre, face ao percecionado no final do primeiro semestre, refere a entidade.
No final de setembro, o resultado líquido do grupo CNP Assurances ascendeu aos 918 milhões de euros, em recuo de 7% (ou -4,5% em base constante), fixa o comunicado. O rácio de solvência (SCR) calculado em 203%, enfraqueceu face aos 227% apurados para a taxa de cobertura no final de 2019.
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