BRANDS' ECOSEGUROS A otimização das funções financeira e fiscal no sector segurador
Luís Pinto, Associate Partner EY, Tax Financial Services, revela os resultados de um estudo realizado pela EY para compreender o impacto da mudança das funções financeira e fiscal no setor segurador.
Em qualquer organização, as funções financeira e fiscal assumem uma importância crescente e de destaque, estando normalmente associadas a diversas tarefas e processos (a grande maioria dos quais com complexidade técnica acrescida), pressionadas por uma crescente intervenção de autoridades e supervisores, assim como pelo escrutínio dos respetivos shareholders.
Neste âmbito, a EY conduziu recentemente um estudo no sentido de reunir as perspetivas de mais de 1000 executivos a nível mundial, por forma a melhor percecionar o impacto da mudança nas funções financeira e fiscal, com especial enfoque no setor financeiro, incluindo portanto o setor segurador, cuja representatividade é cada vez mais expressiva. Esta análise incluiu 148 entidades do setor financeiro de 38 países e apresenta algumas conclusões que, face à sua relevância, deverão necessariamente ser tidas em consideração.
Desde logo, o estudo realizado permitiu concluir que as constantes alterações legislativas e regulatórias requerem o aumento significativo de recursos financeiros e humanos, o que se traduz numa estimativa de investimento, em média, de $8.3 milhões. Adicionalmente, constata-se que quase 2/3 do tempo das equipas adstritas a estas funções é ainda ocupado com tarefas rotineiras e, muitas vezes, de reduzido valor acrescentado para as organizações, que urge alterar.
Especialmente no setor segurador, é de destacar o papel que a transformação digital deverá operar no novo modo de funcionamento de ambas as funções, por forma a assegurar e endereçar as necessidades com que este setor se depara atualmente.
Com efeito, o deficiente (por vezes inexistente) plano de sustentabilidade tecnológico é ainda apontado como um travão à otimização destas funções e, por inerência, das próprias companhias, sendo que a grande maioria das entidades inquiridas acreditam que a maior oportunidade para a redução de custos e aumento da qualidade das funções financeira e fiscal reside na criação de uma estratégia tecnológica e de compreensão de dados para a automatização das tarefas.
"Torna-se evidente a efetiva (e atual) preocupação das instituições do setor segurador em reestruturar e otimizar as suas funções financeiras e fiscal, sendo já visível, principalmente em alguns grupos financeiros internacionais, uma estratégia baseada no outsourcing como resposta aos desafios que se apresentam”
Aliás, a grande maioria das companhias de seguros reconhece que, num horizonte temporal de curto/médio prazo, as competências e capacidades dos profissionais adstritos às funções financeira e fiscal deverão passar a incluir aptidões técnicas relacionadas com áreas tecnológicas e de processamento de dados. Não apenas numa perspetiva de criação e desenvolvimento de negócio, mas também como fonte de atração e retenção de profissionais, propiciadora de evolução de carreiras.
Neste âmbito, um dos dados com maior relevância neste estudo assenta na necessidade de incorporação de mudanças no modelo operativo da função financeira e fiscal, sendo de destacar que cerca de 64% das entidades seguradoras assumem uma mudança, nos próximos 2 anos, para um modelo de co-source e uma vasta maioria (a rondar os 86%) reconhece a necessidade de redução de custos ao nível destas funções no curto prazo.
Na prática, torna-se evidente a efetiva (e atual) preocupação das instituições do setor segurador em reestruturar e otimizar as suas funções financeiras e fiscal, sendo já visível, principalmente em alguns grupos financeiros internacionais, uma estratégia baseada no outsourcing como resposta aos desafios que se apresentam e que a crise pandémica que vivemos veio definitivamente reforçar.
A transformação das funções financeira e fiscal está já em andamento, embora em diferentes estágios de desenvolvimento. Os desafios que se colocam a este nível são grandes, mas as companhia de seguros deverão, assim como o resto do setor financeiro, adaptar-se a esta nova realidade de forma célere e, acima de tudo, sustentada.
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