Fed revê em alta projeção para a economia dos EUA, mas reforça apoio à liquidez

O banco central dos Estados Unidos reviu em alta as projeções para a economia norte-americana. Aponta para uma recessão de 2,4% este ano, antes de um crescimento de 4,2% no próximo.

A Reserva Federal norte-americana está mais otimista sobre a economia dos EUA. O banco central liderado por Jerome Powell reviu em alta as projeções para a economia do país, apontado para uma recessão de 2,4% este ano. Ainda, assim, prolongou o prazo das operações de liquidez no mercado para o próximo ano e reafirmou a prontidão a agir se necessário.

O Produto Interno Bruto (PIB) deverá cair 2,4% em 2020, de acordo com a última atualização da Fed, que compara com a projeção de uma queda de 3,7% em setembro. Já em relação a 2021, a revisão foi de 0,2 pontos percentuais para um crescimento de 4,2%. O staff do banco central espera uma expansão do PIB de 3,2% e de 2,4%, em 2022 e 2023, respetivamente.

“A pandemia de Covid-19 está a causar um tremendo sofrimento humano e económico por todos os EUA e pelo mundo. A atividade económica e o emprego continuam a recuperar, mas mantêm-se bastante abaixo dos níveis do início do ano”, de acordo com o comunicado divulgado após a reunião de dois dias do comité de política monetária (FOMC).

Apesar da revisão em alta nas projeções para o PIB, Powell explicou que a trajetória da economia dependerá “significativamente” da crise de saúde pública. Reafirmou a prontidão em “usar todo o espólio de ferramentas para a economia dos EUA nestes tempos desafiantes e, assim, promover os objetivos de máximo emprego e estabilidade dos preços”, aponta.

"De forma geral, as taxas de juro e os instrumentos do balanço estão a dar apoio à economia e irão continuar a fazê-lo. Quando o momento chegar e a crise passar, iremos por estas ferramentas de emergência de volta na caixa.”

Jerome Powell

Presidente da Reserva Federal dos EUA

A principal mudança nos instrumentos da Fed foi a extensão das operações temporárias de swap de liquidez de dólares norte-americanos, bem como a linha de acordo de recompra temporária para autoridades monetárias estrangeiras e internacionais, até setembro de 2021.

Já no que diz respeito à compra de dívida, a Fed manteve o ritmo atual de 120 mil milhões de dólares em compra de ativos por mês que decorre desde junho. Destes, 80 mil milhões são dívida soberana norte-americana, sendo que estes títulos viram as yields agravar após o anúncio. O juro das Treasuries a 30 anos subiram para 1,681% (mais 18 pontos base) e a 10 anos para 0,9345% (mais 15 pontos base).

Em simultâneo, o intervalo das taxas de juro de referência mantiveram-se também inalteradas, no intervalo entre 0% e 0,25%. Em março, a Fed colocou os juros neste nível (através de dois cortes sucessivos em menos de duas semanas) para acautelar os impactos da pandemia. “De forma geral, as taxas de juro e os instrumentos do balanço estão a dar apoio à economia e irão continuar a fazê-lo”, disse Powell, na conferência de imprensa que se seguiu. “Quando o momento chegar e a crise passar, iremos por estas ferramentas de emergência de volta na caixa”.

(Notícia atualizada)

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