Receitas turísticas caem 70% em outubro. Só houve um milhão de hóspedes

Outubro foi mais um mês de quedas para o turismo, com as receitas a diminuírem 70%. Neste mês houve apenas um milhão de hóspedes, a maioria residente no país.

O mês de outubro foi mais um que confirmou o mau momento que o turismo está a passar devido à pandemia. As receitas continuam em queda e, no décimo mês do ano, foram de apenas 126 milhões de euros, o equivalente a uma perda de 70%, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). A justificar este cenário está o número de turistas que passaram pelos alojamentos nacionais.

Em outubro de 2020, o setor do alojamento turístico registou um milhão de hóspedes e 2,3 milhões de dormidas, o equivalente a diminuições de 59,7% e 63,3%, respetivamente. Estas variações são ainda mais acentuadas do que as observadas em setembro (-53% e -53,4%, respetivamente), refere o INE.

A maioria dos turistas que passou pelos alojamentos diz respeito a residentes em Portugal — 641.900 de um milhão –, em comparação com os apenas 364.900 turistas estrangeiros. Mas ambos mostraram reduções: os nacionais caíram 24,5% e os internacionais recuaram 77,9%.

As dormidas caíram em todo o tipo de alojamento. A maior descida foi na hotelaria (-65,3%), que continuou a ser a mais procurada, à frente do alojamento local (-58,2%) e do turismo no espaço rural e de habitação (-24,6%). Por sua vez, as dormidas em hostels recuaram 67,1% em outubro.

Dormidas nos estabelecimentos turísticos nacionais em outubro

“A totalidade dos 16 principais mercados emissores manteve decréscimos expressivos em outubro”, refere o INE, que nota que estes representaram 91,9% das dormidas de não residentes nos estabelecimentos. No que diz respeito a evoluções, as dormidas de hóspedes norte-americanos, chineses e canadianos caíram 95%, enquanto as dos irlandeses diminuíram 92,6%.

Numa análise por regiões, em outubro, “todas as regiões registaram decréscimos das dormidas”, diz o INE. Ainda assim, as menores descidas aconteceram no Alentejo (-29,4%) e no Centro (-49,3%), enquanto as maiores se observaram na Área Metropolitana de Lisboa (-76,7%), no Algarve (-63,7%) e na Região Autónoma dos Açores (-61,4%).

Este sentimento de perdas alarga-se também à estada média que, em outubro, se fixou nas 2,31 noites, diminuindo 9% face ao mesmo mês do ano passado. A estada média dos residentes aumentou 3,7% e a dos não residentes cresceu 6,5%.

Consequência de todos estes números e de todo o cenário anteriormente descrito são as receitas turísticas. Há muitos meses que estas têm vindo a cair para níveis acentuados e outubro foi mais um mês negativo para o setor. Em outubro, os proveitos registados nos estabelecimentos turísticos atingiram 126,2 milhões de euros no total, menos 67,7% do que em 2019. Já os proveitos relativos a aposento caíram 68,7% para 90,7 milhões de euros relativamente a aposento.

(Notícia atualizada às 11h44 com mais informação)

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