80% dos japoneses querem adiar ou cancelar Jogos Olímpicos de Tóquio, mostra sondagem
Com receios de que os Jogos Olímpicos possam provocar um disparo nos casos de infeção em Tóquio, muitos japoneses pedem o adiamento ou cancelamento do evento desportivo.
Os Jogos Olímpicos de Tóquio, que foram adiados para 2021 devido à pandemia, continuam a dar que falar entre os japoneses. Uma sondagem, citada pela Reuters (conteúdo em inglês), mostra que 80% dos residentes no Japão são a favor de um novo adiamento ou até mesmo cancelamento do evento, com receio de que possa haver um disparo no número de infeções por coronavírus.
Deveriam ter acontecido no ano passado em Tóquio mas, devido à pandemia, foram adiados para 2021, de 23 de julho a 8 de agosto. Contudo, mesmo este ano, os receios à volta deste mega evento desportivo continuam a pairar sobre a população, mas também sobre a organização.
Uma sondagem feita pela Kyodo News mostra que cerca de 80% da população japonesa prefere que as Olimpíadas sejam novamente adiadas ou até mesmo canceladas, à medida que aumentam as preocupações quanto a um aumento recorde de novos casos de coronavírus naquele país. A mesma sondagem mostra que 35,3% dos japoneses preferem cancelar o evento, enquanto 44,8% prefere apenas adiar.
As mesmas preocupações pairam sobre Dick Pound, o mais antigo membro do Comité Olímpico Internacional (COI), que esta sexta-feira mostrou dúvidas quanto à realização dos Jogos Olímpicos. Em entrevista à BBC, o responsável disse não ter certezas quanto à realização do evento. “Não posso ter a certeza [da realização dos Jogos Olímpicos] porque o grande problema são os contínuos surtos do vírus”, disse.
Apesar destas dúvidas, o Governo japonês está decidido a avançar com a realização do evento, afirmando que a opinião pública mudará quando as campanhas de vacinação começarem — estão previstas para final de fevereiro. Os planos mais concretos deverão ser apresentados na primavera e a tocha olímpica deverá ser acesa a 25 de março, de acordo com o site Euronews.
Na passada quinta-feira, o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, declarou estado de emergência na região da Grande Tóquio, um dia depois de o país ter registado quase 2.500 novos casos de infeção diário, um recorde desde o início da pandemia.
Desde setembro que Suga tem vindo a perder popularidade pela forma como tem lidado com a pandemia, escreve a mesma agência de notícias. Cerca de 79% dos japoneses considera que a decisão de decretar o estado de emergência foi tardia, enquanto 68% se mostram insatisfeitos com a resposta do Governo à pandemia, mostra a mesma sondagem.
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