Associação Nacional de Restaurantes considera apoios ao setor abaixo das necessidades
Em reação aos apoios anunciados por Siza Vieira, a associação PRO.VAR diz que ficam "muito aquém dos valores aceitáveis" e vai propor alterações.
A Associação Nacional de Restaurantes (PRO.VAR) considera que os apoios, anunciados esta quinta-feira pelo Governo, estão abaixo das necessidades do setor e vai apresentar propostas de alteração.
“Apesar da ligeira melhoria nos reforços apresentados, ficam ainda assim muito aquém dos valores aceitáveis, tendo em conta as elevadas perdas acumuladas“, considerou, num comunicado enviado à agência Lusa, a associação representativa da restauração, que sublinha faltarem “limites bem mais elevados para empresas que tenham perdas superiores a 40%”.
Depois de analisar em pormenor os apoios e respetivo enquadramento para as diferentes tipologias de empresas, a associação pretende apresentar ao Governo alterações, por entender que “devem ser apoiadas todas as empresas afetadas”.
“A PRO.VAR já constituiu um grupo de trabalho e, com ajuda de alguns especialistas, irá preparar um documento, para apresentar ao Governo, apontando um conjunto de ideias e correções a exclusões e injustiças que neste tipo de processos costumam ocorrer”, é referido na nota hoje divulgada.
Na reação aos apoios a fundo perdido dirigidos às empresas, previstos no programa Apoiar, anunciados esta quinta-feira pelo ministro da Economia, Siza Vieira, a Associação Nacional de Restaurantes frisa que os serviços de venda para fora e de entregas ao domicílio, mesmo com taxas mais baixas, não compensam as perdas acumuladas e por isso as “empresas irão maioritariamente optar por encerrar totalmente os restaurantes, pois sairá mais barato”.
No mesmo comunicado, a PRO.VAR salienta a angústia sentida pelos empresários perante um cenário de incerteza, por isso “temem pelo futuro dos seus negócios e dos seus colaboradores e pedem rapidez no regresso à normal atividade”.
A associação representativa do setor mostra ainda preocupação por as medidas do próximo confinamento serem menos restritivas, quando os números são agora mais preocupantes, e receia que a decisão possa tardar o regresso à normal atividade.
“A PRO.VAR teme que, perante este cenário, a estratégia de existirem mais exceções, e com o nível de incidência muito superior à primeira vaga, possa obrigar o setor da restauração a permanecer por muito mais tempo encerrado”, acentua a nota de imprensa.
O reforço do Apoiar foi anunciado esta quinta-feira pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, numa conferência de imprensa de apresentação das medidas de apoio às empresas cuja atividade se encontra suspensa por determinação legal ou administrativa devido ao novo confinamento geral que começa às 00:00 desta sexta-feira.
Siza Vieira aproveitou para fazer um balanço do programa Apoiar, indicando que desde final de novembro, quando foi lançado, até agora, foram já apoiadas 41 mil empresas com apoios aprovados no valor de 375 milhões de euros a fundo perdido.
A restauração é o setor com maior número de empresas apoiadas (16.328) num valor de 180 milhões de euros, seguindo-se o comércio com 11.397 empresas apoiadas e 108 milhões de euros.
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