Teletrabalho: principal desafio envolve chefias, na capacidade de gestão remota
Um estudo da Aon junto de mais de 150 empresas, na maioria portuguesas, conclui que cerca de seis em cada 10 empresas inquiridas (58,67%) já implementaram política de trabalho remoto.
A adoção do teletrabalho pelas empresas supõe um conjunto de mudanças na realidade laboral e uma das alterações mais significativas “é a atribuição universal do teletrabalho a todos os colaboradores, desde que as respetivas funções o permitam, que é apontada por 67,61% das empresas inquiridas”, enquanto 17,61% apenas irão disponibilizar este tipo de trabalho “para alguns departamentos específicos” revela o estudo Teletrabalho: Tendências e Políticas em 2021, elaborado pela Aon, empresa líder mundial de serviços profissionais nas áreas do risco, reforma e saúde.
De acordo com o relatório que analisa as práticas e políticas que as empresas estão a definir ao nível do trabalho remoto para o período pós-pandemia, as organizações perspetivam o número de dias de home office a disponibilizar aos seus trabalhadores, com 34% das empresas a apontar para três dias de teletrabalho, seguidas de outras que preferem aplicar cinco dias (24%), dois dias (23%), um dia (13%), e quatro dias (6%).
Os resultados do estudo mostram “de forma clara, que os próximos anos vão representar uma evidente mudança das dinâmicas de trabalho nas empresas em todo o mundo, pautada por uma implementação cada vez mais consistente de modelos de trabalho remoto enquanto alternativa ou complemento ao trabalho presencial. Tendo em consideração esta visão, e perante a ainda incerteza sobre a evolução da pandemia, as empresas devem procurar antecipar as tendências do mercado e repensar as suas estratégias de gestão de recursos humanos, de forma a reduzir o impacto destas mudanças no seu negócio e, sobretudo, junto dos seus colaboradores”, afirma Joana Brito, HR Solutions Senior Associate da Aon em Portugal.
Nesse esforço de antecipação é importante as empresas “ouvirem os seus colaboradores”. Realizar, por exemplo, “estudos internos de auscultação torna-se crucial, sobretudo em fases de incerteza e volatilidade como a que vivemos atualmente, na medida em que nos permitem identificar de forma eficaz quais as preocupações e necessidades dos nossos colaboradores, e assim desenvolver políticas de recursos humanos mais incisivas e com resultados positivos”, complementa a especialista de Recursos Humanos.
Outra alteração que o teletrabalho traz ao modelo laboral relaciona-se com a revisão dos benefícios dados aos trabalhadores.
Segundo as empresas inquiridas (quase 60% das participantes no inquérito são empresas portuguesas), “os principais benefícios que poderão vir a ser ajustados ou adicionados são os planos de benefícios flexíveis (apontados por 49,57% das organizações participantes), a instalação de internet móvel ou em casa dos colaboradores (38,46%), seguidas da adoção de programas de apoio à saúde mental e da aquisição de mobiliário de escritório para cada trabalhador (ambas com 37,61%), sendo, a maioria destes (45,45%), atribuídos em espécie, ou seja, através de uma atribuição direta no salário de cada colaborador”, indica o estudo da Aon.
Ao nível dos principais desafios que as empresas apontam para o trabalho remoto no período pós-pandemia, “a preparação das chefias para uma gestão remota (com 63,37% a apontar este desafio), os modelos de gestão de pessoas (54,46%) e o negócio/novos desafios com novos clientes (44,55%). Neste contexto “as empresas que melhor se adaptarem, ou que melhor anteciparem essa mudança, terão, naturalmente, uma vantagem competitiva num mercado gerido cada vez mais pela volatilidade e pela incerteza”, considera Joana Brito.
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