Morreu António Serrenho, o impulsionador do crescimento da CIN

António Serrenho, presidente honorário da CIN, faleceu aos 98 anos, no Porto. Foi o homem que mudou a cultura da empresa e a transformou no que é hoje, líder ibérico do setor.

António Serrenho, presidente honorário do conselho de administração da CIN, morreu na madrugada de domingo, 24 de janeiro. Aquele que foi o grande impulsionador do crescimento da empresa de tintas faleceu aos 98 anos no Porto.“O meu avô tinha uma visão absolutamente extraordinária e uma tenacidade e perseverança em tudo aquilo que fazia. Foi assim que conseguiu obter todos os sucessos profissionais”, refere ao ECO João Luís Serrenho, neto de António Serrenho e hoje vice-presidente do grupo.

A CIN comunicou esta tarde o desaparecimento do patriarca da família. “É com enorme pesar que a CIN comunica o falecimento do engenheiro António Serrenho, presidente honorário do conselho de administração da empresa“, refere a empresa, em comunicado.

O meu avô construiu aqui um legado absolutamente fantástico vindo de muito pouco.

João Luís Serrenho

Neto de António Serrenho

João Luís Serrenho olha para o avô como um exemplo a seguir. “O meu avô é um homem extraordinário, com origens muito humildes. Nasceu numa família com poucos meios e foi uma pessoa que lutou toda a vida. Tudo o que conseguiu foi através do seu mérito“, destaca.

António Serrenho iniciou o seu percurso na CIN em 1950 e foi o grande impulsionador do crescimento da empresa. Através da sua liderança transformou a cultura da CIN e contribuiu para a dimensão e relevância da empresa no mercado. “Através do seu esforço conseguiu levar a empresa à liderança do mercado nacional – que atingiu nos anos 90 – e conseguiu expandir a empresa internacionalmente, principalmente em África. Construiu aqui um legado absolutamente fantástico vindo de muito pouco”, conta com orgulho o neto. A CIN, efetivamente, constituiu em 1971 a empresa de tintas CIN Angola e depois, em 1973, avançou para a criação da CIN Moçambique.

No livro dos 100 anos da história da companhia, fundada em 1917, fica claro o papel de António Serrenho logo a partir de 1950. “Em 1950 entra na empresa António Serrenho, um jovem engenheiro químico que assume o “Laboratório” e reestrutura a formulação das tintas e vernizes, mas que inova também no departamento comercial. Cinco anos depois, pela sua iniciativa e competência, os sócios da CIN convidam-no a entrar no capital da sociedade. Para ganhar terreno às concorrentes internacionais, que tinham começado a instalar-se em Portugal no final da década de 40, decide apostar nas soluções dirigidas ao setor industrial“. E depois, nos anos 60 “era a maior empresa portuguesa de tintas”.

“Com a morte de Manuel Pinto Lopes, em 1972, António Serrenho assume o controlo da empresa. O seu filho João Serrenho, que se formara em engenharia química, entra na empresa em 1976. O atual presidente da CIN começou por dedicar-se ao Gabinete de Estudos, mas quatro anos depois passa a ser sócio-gerente. Em 1985, quando a CIN se transforma em Sociedade Anónima, João Serrenho assume a função de Administrador e António Serrenho a de Presidente do Conselho de Administração“.

Nascido em Alcácer do Sal, António Serrenho foi reconhecido em 1991 e 2006 pelo trabalho que desenvolveu na CIN com a atribuição de duas Comendas de mérito industrial pela Presidência da República.

Após mais de cinco décadas na liderança da empresa, António Serrenho retirou-se da vida ativa em 2007 ao passar a pasta ao filho, João Serrenho. Após 50 anos à frente da empresa foi nomeado presidente honorário da CIN.

(Notícia atualizada às 18h12 com mais informação)

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