EDP vai investir 24 mil milhões em transição energética até 2025
No plano estratégico para os próximos quatro anos, elétrica antecipa um crescimento médio anual dos lucros de 8%. Irá distribuir entre 75% e 85% em dividendos (num mínimo de 0,19 euros por ação).
A EDP prevê investir 24 mil milhões em transição energética até 2025, segundo a atualização do plano estratégico enviada esta quinta-feira ao mercado. A elétrica liderada por Miguel Stilwell d’Andrade pretende ser 100% renovável até 2030. Os lucros deverão crescer 8% ao ano e serão distribuídos aos acionistas na forma de dividendos, que não se alteram.
“A EDP atualizou o seu plano estratégico para o período 2021-2025, que vai reforçar a sua posição de líder na transição energética com um plano de investimento sem precedentes”, anunciou a empresa ao mercado.
Em termos anuais, o investimento médio será de 4,8 mil milhões de euros, o que representa um aumento de 56% face às metas do anterior plano, apresentado pelo anterior CEO António Mexia, para o período entre 2019 e 2022. Do total de 24 mil milhões — que já está em 60% assegurado —-, 80% será para energias renováveis (através de várias tecnologias: eólica, solar, hidrogénio verde e armazenamento de energia).
Com o desenvolvimento de 4 gigawatts (GW) por ano, está prevista a duplicação da capacidade solar e eólica da empresa até 2025. “Este novo plano vai abrir caminho para que a empresa se torne neutra em emissões de carbono até 2030”, refere. No total, a elétrica espera instalar mais 20 GW nos próximos quatro anos, não só em energia eólica e solar, mas a empresa prevê também instalar 400 megawatts de capacidade de armazenamento.
Objetivos de investimento
Em sentido contrário, a empresa vai desinvestir em ativos de carvão e gás. “Queremos crescer de forma acelerada, mas sustentável. Este plano vai mesmo intensificar o crescimento verde com um portefólio distintivo e resiliente e uma folha de balanço sólida”, explicou o CEO Miguel Stilwell d’Andrade na apresentação do plano.
O montante restante de investimento será alocado em 15% a redes e 5% em soluções para clientes. Em termos geográficos, a América do Norte e a Europa vão receber 80% do total. O Brasil — um país que será alvo de desinvestimento e onde a EDP quer limitar a exposição a 20% — e a restante América Latina vão receber apenas 15% do investimento, enquanto os restantes 5% irão para os diferentes mercados em todo o mundo.
Stilwell admite subir dividendo
A aposta na transição energética será o motor de crescimento da atividade e dos resultados da elétrica. Após ter fechado 2020 com lucros de 801 milhões de euros, a EDP espera um aumento de 8% ao ano para mil milhões em 2023 e 1,2 mil milhões em 2025. O EBITDA poderá crescer 6% para 4,7 mil milhões de euros. Em março de 2019, o antecessor de Stilwell, António Mexia, tinha anunciado uma meta de crescimento do lucro de 7% ao ano.
Deste montante, a empresa antecipa distribuir entre 75% e 85% em dividendos aos acionistas (num mínimo de 0,19 euros por ação). A meta mantém-se assim inalterada face ao anterior plano estratégico, mas Stilwell admite que, dependendo do desempenho do resultado líquido, poderá vir a aumentar o dividendo.
“O nosso forte compromisso tem sido com esse mínimo. Não queremos dar números específicos, mas divulgámos qual é o rácio de payout, mas há um mínimo e podemos considerar um aumento no futuro“, sublinhou. Caso a EDP decida atinja lucros de 1,2 mil milhões de euros e decida distribuir o máximo de 85%, o montante total poderá chegar aos 1,02 mil milhões de euros.
Metas financeiras (em milhares de milhões de euros)
(Notícia atualizada às 11h10)
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