Rússia espera iniciar esta semana processo para regulador europeu autorizar Sputnik V
O pedido de aprovação da vacina russa foi enviado em janeiro ao regulador europeu e esta semana deve ter início o processo de avaliação, segundo o diretor Kirill Dmitriev.
O Fundo de Investimento Direto da Rússia (FIDR) espera começar esta semana o processo de autorização junto do regulador europeu da vacina russa contra a covid-19, Sputnik V, anunciou esta segunda-feira o seu diretor, Kirill Dmitriev.
“Continuamos a trabalhar com o regulador europeu. Enviamos um pedido de aprovação em janeiro e esperamos começar esta semana o processo de avaliação”, afirmou Dmitriev à televisão estatal russa.
O fundo soberano russo mantém contactos diretos desde o início do ano com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), mas esta ainda não aprovou a fórmula russa.
Entretanto, de acordo com Dmitriev, a Rússia mantém simultaneamente consultas para o registo da Sputnik V na República Checa e Áustria, que não querem esperar pela ‘luz verde’ europeia.
Ainda esta segunda-feira, a Eslováquia tornou-se no segundo país da UE, depois da Hungria, a registar a vacina russa e o Presidente checo, Miloš Zeman, anunciou no sábado que falou com o homólogo russo, Vladimir Putin, sobre a possibilidade de encomendar a vacina.
Zeman indicou que já existem seis países membros da UE que desejam receber a vacina russa, porém sem especificar quais seriam.
Na semana passada, Putin abordou a mesma questão e também a produção conjunta em conversa por telefone com o chefe de governo austríaco, Sebastian Kurz.
O governo austríaco criticou recentemente o que considera como “hesitação” por parte da EMA na autorização de vacinas, algo que, segundo alertou, pode resultar em Estados membros a agirem por conta própria.
A Hungria justificou precisamente com os atrasos a decisão unilateral de adquirir fármacos russos e chineses, exemplo que a Croácia e o Luxemburgo pretendem imitar.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Alexander Grushko, sublinhou entretanto que o país está a receber “sinais não oficiais de outros países” europeus do mesmo género.
“Muitos consideram que uma autêntica cooperação vai ser possível quando a nossa vacina seja certificada [pela EMA], mas alguns expressam disposição em tomar a via da certificação nacional, o que será suficiente para o uso da nossa vacina nos seus territórios”, explicou.
A vacina russa já obteve autorização em países e territórios como Egito, Argélia, Palestina, Hungria, Argélia, Tunísia, Irão, Myanmar (antiga Birmânia), Paquistão ou Cazaquistão.
Na América Latina e Caraíbas, Argentina, Bolívia, Venezuela, Paraguai, México, Nicarágua, Honduras, Guatemala, São Vicente e Granadinas e Guiana também autorizaram a Sputnik V.
Recentemente, o Kremlin admitiu não ter capacidade para satisfazer a alta procura internacional da Sputnik V, argumentando que “a prioridade absoluta” é a campanha nacional de vacinação.
O FIDR assinou contratos com uma dezena de empresas farmacêuticas do Brasil, China, Irão, Sérvia ou Coreia do Sul para a produção no estrangeiro de cerca de 1.400 milhões de doses.
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