EDP Renováveis. Uma hora, 100 investidores, 1.5 bi

O aumento de capital da EDPR foi fechada em menos de uma hora e atraiu mais de 100 investidores. "A recetividade dos investidores ao plano estratégico foi excecional", afirmou Miguel AZevedo ao ECO.

A EDP Renováveis fez uma operação de aumento de capital de 1.5 mil milhões de euros para financiar o plano estratégico do grupo até 2025, o que correspondeu à emissão de 88.250.000 novos títulos vendidos a 17 euros por ação. E a operação foi realizada em apenas uma hora depois da abertura dos livros, isto é, o lançamento formal no mercado, revelou ao ECO uma fonte que acompanhou o processo. A EDP reduziu a sua posição acionista nas Renováveis para 75%, mas a companhia que é a estrela do grupo passou a ter, naquele momento, mais de 100 novos investidores.

Esta operação, anunciada na semana passada, tinha um perfil definido: “O Citigroup Global Markets Europe AG e a Morgan Stanley Europe SE foram mandatados para lançar um accelerated bookbuilding de ações da EDP Renováveis com o objetivo de alcançar um encaixe bruto de cerca de 1,5 mil milhões”, revelou a companhia elétrica, e os destinatários da operação foram investidores institucionais, como ‘hedge funds’ e ‘long only funds’.

O ‘trabalho de casa’ foi feito nos dois dias anteriores, em road-show virtual (como obriga os tempos que correm). Mas o facto de a EDP ter levantado no final do ano passado mil milhões para comprar a Viesgo em Espanha e o facto de a operação chegar ao mercado na semana em que as ações das empresas do setor caíram mais de 3%/4% na terça e 4%/6% na quarta-feira tornaram-na mais arriscada. “A recetividade dos investidores ao novo plano estratégico foi excecional e só isso, combinado com a grande capacidade de execução da EDP e EDPR, permitiu fazer uma colocação desta dimensão num mercado que tem estado a sofrer um ajustamento em queda devido à subida das taxas de juro“, afirmou ao ECO Miguel Azevedo, head of investment banking do Citi para o Médio Oriente e África.

Depois da colocação do aumento de capital, as ações da Renováveis caíram em bolsa. A EDP Renováveis negoceia, pela segunda sessão consecutiva, em baixa. Após um tombo de quase 10% no dia em que realizou um aumento de capital, as ações da empresa de energias renováveis estão a cair esta quinta-feira. “Se olharmos a performance desta semana das empresas do setor de energias renováveis, vemos que a EDPR evoluiu absolutamente em linha com o setor, apesar de ter efetuado a maior oferta acelerada de ações do ano“, sinaliza Miguel Azevedo.

Tanto a EDP como a EDP Renováveis “estarão sujeitas a um período de lock-up de 180 dias a partir da entrega das novas ações no contexto do aumento de capital, sujeito a exceções standard de mercado”, revelou o comunicado que formalizou o anúncio dos resultados. Ou seja, durante meio ano, nem a EDP nem a EDP Renováveis poderão vender os títulos.

“É de realçar a capacidade de liderança da empresa ao anunciar um ambicioso plano de expansão e de imediato levantar 1.500 milhões de euros no mercado com menos de 36 horas de marketing junto de investidores institucionais”, refere o gestor do Citi.

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