Impasse na Groundforce. Governo nega acordo com principal acionista

Gabinete do ministro Pedro Nuno Santos garante ao ECO que "não é verdade" que Alfredo Casimiro tenha aceitado condições. O empresário levou novos pedidos à reunião com o Governo esta manhã.

O acionista da Groundforce Alfredo Casimiro diz ter concordado com as condições do Governo para desbloquear o dinheiro que precisa para pagar salários de 2.400 trabalhadores. Mas fonte oficial do Governo nega e explica que o empresário até levou novos pedidos à reunião com a equipa de Pedro Nuno Santos.

“Não é verdade que a Pasogal tenha aceitado as exigências do Governo”, diz ao ECO o ministério Ministério das Infraestruturas e da Habitação. “Na reunião que aconteceu esta manhã no Ministério foram colocadas mais condições“.

Fonte oficial do empresário tinha dito ao ECO que aceitou todas as condições pedidas, ficando apenas à espera de uma validação final do próprio ministro Pedro Nuno Santos ainda esta tarde para desbloquear o adiantamento.

Mas afinal as duas partes têm versões complementarmente contraditórias do resultado da reunião que aconteceu esta sexta-feira de manhã no Ministério das Infraestruturas e da Habitação entre a equipa de Pedro Nuno Santos e o dono da Pasogal, de detém 50,1% da Groundforce. Os restantes 49,9% do capital são detidos pela TAP. O ministro não esteve no encontro, sabe o ECO, e tem ainda de dar aprovação final. O Governo recebeu também a Comissão de Trabalhadores.

Estas reuniões tentam desbloquear um adiantamento por serviços a prestar à TAP que é necessário para pagar os salários referentes a fevereiro que estão em atraso. Na quinta-feira um acordo já parecia próximo, mas acabou por não acontecer. Casimiro, que inicialmente não quis aceitar dar as ações como garantia para um novo empréstimo da TAP à Groundforce, acabou por aceitar dar os títulos como penhor.

Mas à última hora exigiu que, caso a TAP executasse essa garantia, mantivesse a gestão da empresa, mesmo sendo minoritário no capital. No entanto, a TAP e o Governo recusaram essa hipótese e disseram só aceitar adiantar mais dinheiro à empresa de handling se Casimiro aceitasse (sem condições) dar as ações como garantia.

Serão estas as condições que o empresário informou esta manhã o Governo que aceitava. Os novos pedidos que o presidente do Conselho de Administração fez não são conhecidos, mas o ECO apurou que estarão relacionados com montantes e com datas de pagamento.

Neste momento, a Groundforce está também a negociar um financiamento bancário de 30 milhões de euros e a TAP exige que, assim que o dinheiro chegue à conta da empresa, a Groundforce regularize as suas dívidas para com a companhia aérea, que já vão em 12,3 milhões de euros, de acordo com o Governo. A Groundforce deve ainda mais dez milhões de euros à ANA – Aeroportos.

(Notícia atualizada às 15h20 com resposta do Governo)

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