Formação dos trabalhadores: Novas oportunidades num momento de crise

  • Joana Fuzeta da Ponte
  • 15 Março 2021

Leia o artigo de opinião de Joana Fuzeta da Ponte, advogada na MACEDO VITORINO.

A pandemia COVID-19 foi responsável por alterações significativas no mundo laboral.

De um momento para o outro, foram muitas as alterações e adaptações, na generalidade profundas, com que as empresas se viram confrontadas.

Será possível que essas alterações, mais do que “obrigações”/”deveres” a que se tiveram de adaptar por força das circunstâncias, possam representar verdadeiras oportunidades?

Em momentos de crise, como aquele em que nos encontramos, surgem novos desafios e a adaptação a novos contextos exige uma nova aposta nos trabalhadores enquanto fator estratégico. Precisamente nesse sentido, as empresas devem apostar na formação profissional dos seus trabalhadores enquanto fator de diferenciação e valorização relativamente às restantes concorrentes do mercado.

A formação profissional apresenta como objetivo principal o aumento e adequação do conhecimento e habilidades dos trabalhadores ao longo da sua vida profissional.

A formação compreende um conjunto diverso de sistemas e modalidades distinguidos de acordo com as características e necessidades dos seus destinatários, a natureza e o objetivo da aprendizagem, as estruturas curriculares, as metodologias pedagógicas, os recursos envolvidos e as durações das ações.

Em Portugal, o investimento na formação profissional dos trabalhadores é cada vez mais notório, não sendo traduzido no mero cumprimento de uma obrigação legal, nem sendo encarado como um “custo” sem contrapartidas.

A formação profissional apresenta diversas vantagens. Quanto ao empregador, garante o crescimento da empresa; a preparação para dar uma melhor resposta a qualquer desafio; a saída da crise com uma equipa de trabalhadores com conhecimentos; o desenvolvimento de competências e a aprendizagem contínua como fator de competitividade; o aumento da produtividade e do know-how; e o reforço da flexibilidade de funções.

Para o trabalhador, contribui para a estabilidade emocional; potencia um quadro motivacional elevado; propicia um aumento e atualização de conhecimentos; melhora as relações entre trabalhadores; facilita a sua integração e autonomia; estimula a criatividade e a inovação.

As empresas devem empenhar-se na formação profissional disponibilizando horas para os seus trabalhadores assistirem a formações em contexto de trabalho e utilizarem os mecanismos que, em algumas situações, o Governo criou para esse efeito. Em causa estão oportunidades futuras dos trabalhadores da empresa, mas também, em muitos casos, oportunidades futuras da geração mais jovem da sociedade.

Uma das vias possíveis para que as empresas possam dar a formação é o acesso a plataformas online de formação. Trata-se de um mecanismo muito eficiente: por um lado, salvaguarda totalmente o distanciamento social e, por outro lado, permite estabelecer uma compatibilidade de horários que muitas vezes não era possível ao trabalhador, possibilitando, com maior facilidade, a conciliação da vida familiar com a profissional.

Em suma: com a pandemia, a formação deve ser vista como uma “parceira” estratégica para dar resposta aos desafios novos que o mundo coloca às empresas. O mundo do trabalho está diferente, sem dúvida. Resta às empresas a procura por respostas céleres e inovadoras, contando com trabalhadores motivados e sempre disponíveis para participar num processo de aprendizagem dinâmico e constante. A adoção de processos de formação online são uma solução possível que permite ultrapassar grandes limitações que dizem respeito à proximidade das pessoas, e que não sabemos quando estarão ultrapassadas. Uma coisa é certa: a formação online veio para ficar.

  • Joana Fuzeta da Ponte
  • Advogada da Macedo Vitorino

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