Reclamações nos transportes caem no segundo semestre de 2020

  • Lusa
  • 18 Março 2021

Apesar do decréscimo de cerca de 40% face ao período homólogo, no segundo semestre, assistiu-se a um aumento das queixas de aproximadamente 5% comparativamente ao 1.º semestre de 2020.

As reclamações nos transportes caíram 40% no segundo semestre de 2020, em termos homólogos, atingindo 8.139, sendo que 1.125 dizem respeito aos efeitos da Covid-19, segundo a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).

Assim, entre julho e dezembro de 2020, a AMT “recebeu e tratou 8.139 reclamações, uma média de 44 queixas por dia”, adiantou a entidade, salientando que “este valor representa um decréscimo de cerca de 40% face ao período homólogo (2.º semestre de 2019, antes da pandemia), sem prejuízo do aumento de aproximadamente 5% comparativamente ao 1.º semestre de 2020.

O setor rodoviário foi o que teve maior número de reclamações, registando 5.440, refere.

De acordo com a AMT, no semestre em análise “mantém-se visível o impacto da pandemia Covid-19 e das medidas adotadas, afetando a oferta e a procura”, sendo que “do total de queixas recebidas (8.139), 1.125 dizem respeito à pandemia de Covid-19, estando a maioria relacionada com o ‘excesso de lotação dos veículos’, ‘falta de uso de máscara’, ‘pedidos de reembolso devidos pelo cancelamento de serviços'”, entre outros.

A AMT concluiu ainda que “no que respeita às reclamações relacionadas com Covid, o setor rodoviário é também aquele que comporta a maior parte das queixas relacionadas com a pandemia, contabilizando 56,7% do total”.

O regulador explicou que “atendendo a que a sazonalidade é um fator determinante nos comportamentos de utilização dos transportes públicos de passageiros, em particular, e na mobilidade em geral, a análise dos dados relativos às reclamações registadas e tratadas na AMT, continuará a ser realizada, principalmente, por comparação com o período homólogo e não com o semestre anterior”, apesar das alterações à mobilidade geradas pela pandemia e pelos sucessivos estados de emergência, incluindo o aumento do teletrabalho.

A AMT realçou ainda que, “uma vez que à data de produção do presente relatório ainda não estão disponíveis os dados do INE [Instituto Nacional de Estatística] sobre a atividade dos transportes no 4.º trimestre de 2020, e, por se afigurar relevante apurar uma tendência na variação do número de passageiros transportados no período em análise, foram utilizados os dados do 3.º trimestre e a sua comparação com o período homólogo”.

Citando dados do instituto, a AMT recordou que estes revelam que “o setor ferroviário transportou 27,6 milhões de passageiros (-40,3% em relação ao 3.º trimestre de 2019), o metropolitano transportou 31,6 milhões de passageiros (-51,3% em relação ao 3.º trimestre de 2019) e o fluvial 4,5 milhões de passageiros (-36,8% em relação ao 3.º trimestre de 2019)”.

Segundo a AMT, do total de queixas, “4.144 dizem respeito a reclamações inscritas no livro de reclamações físico dos diversos operadores e prestadores de serviços do ecossistema da mobilidade e dos transportes, 3.322 do livro de reclamações eletrónico, tendo as restantes 673 sido feitas diretamente à AMT ou endereçadas através de outras entidades”.

O regulador concluiu ainda que em comparação com o segundo semestre de 2019 “verificou-se um decréscimo das reclamações nos setores rodoviário (-32,5%), ferroviário (-53,9%) e fluvial (-50,9%)”, sendo que o “subsetor rodoviário de passageiros registou -43,6% de queixas neste período, passando de 4.729 para 2.666 reclamações, e os subsetores de transporte ferroviário e fluvial de passageiros assinalaram -49,4% (-1609) e -50,9% (-215) de queixas, respetivamente”.

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