Não sabe o que fazer ao “cheque” do IRS? Veja aqui quais são as melhores aplicações

A Autoridade Tributária já iniciou o processamento dos reembolsos do IRS e, por isso, é importante começar a pensar no que fazer a este dinheiro. Conheça algumas das melhores soluções.

No início desta semana, o Fisco avançou ter já começado a processar os primeiros reembolsos do IRS relativo ao ano de 2020. De acordo com a Lusa, o secretário de Estado António Mendonça Mendes adiantou ainda que os “cheques” deveriam começar a ser entregues os contribuintes a meio desta semana. Perante isto, surge a questão: qual o melhor fim a dar a esse dinheiro?

Significando isto, para muitos portugueses, um maior alívio nas suas contas bancárias, importa também saber como se pode tirar o melhor partido destes euros extra. Para isso, o ECO esteve à conversa com a Deco Proteste, de forma a entender quais as melhores aplicações que os contribuintes podem dar ao “cheque” do reembolso.

Perante o surgimento de uma quantia adicional, a prioridade deverá ser, na ótica de António Ribeiro, analista financeiro da Deco Proteste, pagar eventuais dívidas existentes. Principalmente se estivermos a falar de “dívidas de cartões de crédito” ou de “créditos ao consumo”, cujas taxas de juro são, muitas vezes, superiores a “10%”. Isto porque “de nada adianta estar a fazer uma poupança onde se ganha 1%, quando depois existe uma dívida em que se paga 7%, 8% ou 10%”.

Mas se estiver a considerar uma eventual amortização do empréstimo da casa, essa solução poderá não ter as vantagens esperadas ao nível da rentabilidade. Por exemplo, para quem “tem um crédito à habitação já há muito tempo”, que agora pagam “taxas nulas ou negativas” pelo seu empréstimo, por causa da “descida da Euribor”, será preferível “aplicar o dinheiro em produtos potencialmente mais rentáveis”.

Onde posso aplicar o reembolso do meu IRS?

Não existindo dívidas pendentes, o especialista da Deco Proteste identificou quatro alternativas que, com as suas vantagens e desvantagens, podem ser boas soluções para quem procura encontrar uma finalidade para o seu reembolso do IRS. São elas os Certificados do Tesouro, os PPR’s, os Fundos de Investimento e, finalmente, os melhores Depósitos a Prazo do mercado.

Antes de falarmos sobre cada um deles, é preciso ter em conta que a previsão da inflação para este ano, anunciada no mês de março pelo Banco de Portugal, subiu para os 0,7%. Assim, no momento da escolha de “uma poupança ou de um produto financeiro”, é importante verificar se “o seu rendimento é igual ou superior ao valor da inflação”, diz António Ribeiro. Só assim se garante que a aplicação é, efetivamente, benéfica para o consumidor.

Mas a verdade é que, olhando para o mercado, “e sobretudo em produtos de capital garantido”, são muito poucos os produtos que apresentam um “rendimento líquido acima de 0,7%”. Não sendo possível encontrar uma solução com estas características, o melhor é tentar o produto com “o melhor rendimento possível, para minimizar o efeito da inflação”, esclarece o analista financeiro.

Certificados do Tesouro são a melhor opção para “quem não quer correr risco”

Para os portugueses que procuram aplicar o reembolso do IRS sem correr qualquer tipo de risco, os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento são “a melhor opção no mercado”, segundo António Ribeiro. Isso acontece porque este produto de capital garantido, com a duração de “sete anos”, apresenta um rendimento “crescente” com o passar dos anos.

Assim, se nos dois primeiros anos esta aplicação oferece uma rentabilidade líquida de “0,54%”, nos anos seguintes esta percentagem irá “crescer até valores bastante superiores”, podendo até mesmo superar o valor previsto para a inflação em 2021. Esta é assim, para o especialista, “a melhor solução, dentro dos produtos de capital garantido”.

Por outro lado, aquele que é “o produto preferido dos portugueses”, o Depósito a Prazo, também não deve ser totalmente desconsiderado. Mesmo tendo em conta que o valor médio das taxas de juro aplicadas aos depósitos com a duração de um ano, considerando a oferta disponível no mercado, é de apenas 0,1%, de acordo com o especialista. Além do mais, veja-se que esta é uma percentagem que nunca supera os 0,4%, ficando aquém da rentabilidade oferecida pelos Certificados do Tesouro.

Mesmo assim, existem ainda os chamados “Super Depósitos”, destinados a “novos clientes ou novos montantes”, que geralmente têm “uma taxa mais interessante”. Porém, este é um produto que apresenta prazos muito curtos, “geralmente de três meses”, e destina-se normalmente à aplicação de “montantes relativamente pequenos”. Porém, esta pode ser também uma forma das pessoas “conseguirem um rendimento um pouco mais aceitável”, pelo menos “durante algum tempo”, através do dinheiro derivado dos seus reembolsos do IRS.

E porque não poupar para a reforma?

Um outro conselho que nos é dado por António Ribeiro passa por começar a preparar o período da reforma. “Quem ainda não tem um PPR [Plano Poupança Reforma], pode aproveitar e aplicar” esse dinheiro neste tipo de produto, aconselha. Para além de ser uma opção que oferece “benefícios fiscais”, é também cada vez mais importante nos tempos que correm, lembra o especialista.

“Como se esperam cortes nas reformas, é bom que […] se comece a preparar antecipadamente um complemento à pensão de reforma”, aconselha o analista financeiro, referindo que, “quanto mais cedo, melhor”. Isto porque ao contratualizar-se um PPR numa fase menos avançada da vida, o “montante acumulado” e o “rendimento final” serão superiores. Como são contabilizados “mais anos, o efeito de capitalização do rendimento” é, assim, maior, esclarece.

Para aqueles que procuram um produto com “capital” e “rendimento mínimo” garantidos, o PPR em forma de seguro pode ser a melhor opção. Porém, esta deverá ser a escolha daqueles que “não querem mesmo aceitar qualquer risco” ou para “quem já está mais próximo da reforma”. A este nível, António Ribeiro esclarece que uma boa opção é o “Lusitânia Poupança Reforma PPR”.

Mas para os mais jovens ou que, por outro lado, estejam “dispostos a aceitar algum risco”, os fundos PRR podem ser uma opção mais rentável. Assim, na ótica do especialista, é sempre “preferível” começar por apostar num “PPR com risco”, com um “rendimento potencial muito superior”. Aqui, o analista da Deco dá o exemplo concreto do “Alves Ribeiro PPR”, fundo PPR “sem capital garantido”. Só mais perto da idade da reforma, cerca de “10 anos antes”, o investidor deve transferir o dinheiro para um PPR de “capital garantido”, mais seguro.

Finalmente, os “fundos de investimentos mistos” poderão, também, ser uma opção viável para aqueles que estão dispostos a investir num produto com mais risco. Com uma “carteira diversificada” ao nível de “ações e obrigações”, este é também um produto que oferece, regra geral, “um rendimento bastante acima dos produtos de capital garantido“. Porém, estes são investimentos que, segundo o especialista da Deco Proteste, nunca devem ser feitos por “prazos inferiores a cinco anos”, para este tipo de produto.

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