Metade do negócio da CGD na África do Sul é de clientes sem ligação a Portugal

  • Lusa
  • 19 Abril 2021

"Cerca de 50% por cento do nosso negócio já advém de clientes sul-africanos", diz o responsável da CGD, Álvaro Legoinha, na abertura do escritório de representação em Joanesburgo.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) anunciou esta segunda-feira, em Joanesburgo, que cerca de metade do negócio na África do Sul advém de clientes sul-africanos sem relação direta com Portugal.

“Neste momento, cerca de 50% por cento do nosso negócio já advém de clientes sul-africanos que não têm qualquer relação direta ou imediata ao nosso país”, referiu o responsável da CGD, Álvaro Legoinha, na abertura do novo escritório de representação em Joanesburgo.

“Entendemos que faz todo o sentido estarmos presencialmente na África do Sul, onde temos milhares e milhares de clientes“, salientou o responsável português, sublinhando que a abertura do novo escritório marca o regresso presencial da Caixa Geral de Depósitos à África do Sul, após a venda de 100% do Mercantile Bank realizada há dois anos a um grupo bancário sul-africano.

A Caixa Geral de Depósitos esteve presente na África do Sul através do Mercantile Bank, durante cerca de 25 anos desde 1995.

O banco público português formalizou em 07 de novembro de 2019 a venda de 100% da Mercantile Bank Holdings Limited ao sul-africano Capitec Bank Limited por 3,56 mil milhões de rands, cerca de 215 milhões de euros ao câmbio da altura, segundo a CGD.

O processo de venda do Mercantile iniciou-se em 2017 como parte do plano estratégico negociado entre o Governo português e as autoridades europeias no âmbito da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, tendo sido concluído em 2019 com a venda do mesmo ao Capitec”, explicou Álvaro Legoinha.

“Abrimos este escritório hoje aqui na África do Sul num contexto adverso, marcado por uma pandemia de nível global, mas com esperança num futuro que seja marcado pelo rápido regresso à normalidade assim que os avanços no processo de vacinação [contra a covid-19] o permitam”, frisou.

“Desta vez, e ao contrário da última crise, estamos do lado da solução”, afirmou, acrescentando que a instituição financeira portuguesa “está mais capitalizada, com liquidez abundante, vontade de concessão de crédito de forma ativa e com a proximidade e conhecimento para participar no financiamento à economia e no apoio ao investimento”.

Por seu lado, o embaixador de Portugal na África do Sul, Manuel Carvalho, referiu que “é um prazer ver uma grande instituição portuguesa abrir portas na África do Sul”, considerando que tal “é importante do ponto de vista económico”.

A Caixa Geral de Depósitos é seguramente o maior banco português, e era importante que aqui estivesse“, adiantou Manuel Carvalho.

O diplomata português acrescentou que “todas as instituições de matriz portuguesa presentes na África do Sul querem ajudar ao reforço dos laços económicos entre Portugal e a África do Sul”.

“Fico satisfeito que grande parte do vosso negócio atualmente já não seja só com a significativa comunidade portuguesa que aqui temos, o que naturalmente nós queremos, e que também tenham contacto com a comunidade local sul-africana e que façam também o seu negócio o mais lucrativamente possível, porque também estamos aqui para isso”, declarou.

“Há aqui um outro aspeto que é o de sinalização de presença, e aí são sobretudo os portugueses que são sensíveis a isso, ver um banco como a Caixa a abrir um escritório aqui, esse efetivo para a comunidade portuguesa é um sinal de que uma grande instituição portuguesa está aqui”, afirmou o embaixador português.

Gostaria de agradecer à comunidade portuguesa aqui presente por também darem este abraço português a quem de Portugal vem”, salientou Manuel Carvalho.

A cerimónia de inauguração deste escritório de representação da CGD contou ainda com a presença da cônsul-geral de Joanesburgo interina, Leonor Esteves, representantes da comunidade portuguesa, nomeadamente da Sociedade Portuguesa de Beneficência, Liga da Mulher Portuguesa na África do Sul, Fórum Português, assim como de outras instituições financeiras portuguesas no país, empresários e clientes da Caixa Geral de Depósitos na África do Sul.

Esta representação da CGD na África do Sul encontra-se situada no edifício do consulado-geral de Portugal, em Joanesburgo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Metade do negócio da CGD na África do Sul é de clientes sem ligação a Portugal

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião