The Hartford indemniza 650 milhões a vítimas de abusos sexuais nos escuteiros
Nos termos do acordo alcançado, a The Hartford fica livre de quaisquer outras responsabilidades ou obrigações que, através das apólices, vinculem a seguradora à organização de escuteiros.
A seguradora The Hartfod acordou desembolsar o equivalente a cerca de 540 milhões de euros a favor das vítimas de abuso sexual de jovens que integravam a The Boy Scouts of America (BSA).
Em comunicado, a seguradora com mais de 200 anos de história revela que concluiu um acordo com a organização de escuteiros, com base no qual pagará 650 milhões de dólares antes de impostos para indemnizar as reclamações ligadas a apólices, na maioria datadas dos anos 70 do século passado.
Nos termos do Settlement Agreement and Release, alcançado após longo processo de negociações, estipula-se que, como contrapartida do montante de desembolso acordado, a BSA e respetivas secções locais livram a The Hartford, no futuro, de quaisquer outras responsabilidades ou obrigações que, através das apólices, vinculem a seguradora à organização de escuteiros.
O acordo, que extingue o litígio que ligava a seguradora ao processo de insolvência ao abrigo da lei de falências (Chapter 11), produzirá efeito jurídico desde que se verifiquem determinadas condições, incluindo a confirmação do plano judicial de resolução da BSA, certidões de extinção ou revogação das reclamações e a homologação do acordo pelos queixosos de abuso e aceitação do mesmo pelo tribunal de falências. A seguradora do Hartford Financial Services Group e a BSA esperam receber a aprovação do tribunal no terceiro trimestre de 2021, mas o processo poderá ir além desta data por questões processuais, admite a companhia no mesmo comunicado.
Considerada maior associação de escuteiros dos EUA, a organização foi obrigada a declarar insolvência há pouco mais de um ano, por causa do peso de centenas de reclamações de compensação por parte das vítimas dos abusos. O escândalo de abusos sexuais na organização de escuteiros abalou América. Com 110 anos de história e mais de dois milhões de membros com idades entre 5 e 21 anos, a Boy Scouts of America declarou falência em fevereiro de 2020 sob acusações de encobrimento, durante várias gerações, de milhares de casos de abuso sexual que vitimaram jovens escuteiros, sem que a organização tenha feito o suficiente para expulsar e denunciar os pedófilos.
A indemnização suportada pela seguradora terá, já nas contas do primeiro trimestre, um impacto negativo estimado de 225 milhões de dólares (antes de impostos), em parte por causa do acréscimo de reservas que a companhia assume em consequência do acordo com a BSA.
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