Lucro da REN sobe 4,4% à boleia da redução da CESE

O EBITDA teve uma diminuição de 3,8% face ao mesmo período de 2020 em parte devido ao aumento dos custos de manutenção, nomeadamente com trabalhos de proteção contra fogos rurais e de reflorestação.

A redução da Contribuição Extraordinária para o Setor Energético (CESE) paga pela REN ajudou a empresa liderada por Rodrigo Costa a aumentar os lucros em 4,4%, no primeiro trimestre do ano. De acordo com a informação enviada esta sexta-feira ao mercado, a empresa revela que teve um lucro de 4,5 milhões de euros. A REN apresenta na manhã desta sexta-feira, no Capital Markets Day, a sua estratégia para o período 2021-2024.

“O resultado líquido cresceu 200 mil euros em termos homólogos para 4,5 milhões de euros, devido a uma contribuição positiva dos resultados financeiros (aumento de 2,9 milhões de euros para -10,8 milhões de euros), um reflexo do decréscimo do custo médio da dívida (de 1,8% para 1,6%) e a uma CESE mais reduzida”, pode ler-se no comunicado. A redução da CESE resulta de uma evolução negativa da base de ativos. Assim, a empresa pagou 27,1 milhões de euros nos três primeiros meses do ano, uma redução de 1,1 milhões de euros face ao período homólogo.

Evolução do Resultado Líquido

Fonte: REN Valores em milhões de euros

Mas por outro lado, o lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) caiu 3,8% para os 114,4 milhões de euros face ao mesmo período de 2020, em parte devido ao aumento dos custos de manutenção (em 1,4 milhões, dos quais mais de 1,1 milhões relativos à limpeza florestal), nomeadamente com trabalhos de proteção contra fogos rurais e de reflorestação. “Estes custos deverão ser normalizados ao longo de 2021″, garante a REN.

A dívida líquida “melhorou com pagamentos adicionais de desvios tarifários”, com uma redução de 7,4% para 2.548 milhões de euros, resultado “do compromisso e esforços da REN em minimizar os custos associados à dívida”. Quanto à performance dos negócios internacionais, caiu um milhão de euros, dos quais 600 mil euros atribuídos à Electrogas.

Já o investimento da empresa aumentou 4,8 milhões de euros para 31,8 milhões de euros, enquanto as transferências para a Base de Ativos Regulada aumentaram 2,8 milhões para 7,7 milhões de euros. “Os efeitos da Covid-19 continuaram a ter algum papel no atraso dos trabalhos em progresso. A pandemia continua a ter impacto na atividade da empresa, criando alguns atrasos nos projetos em desenvolvimento”, reconheceu a REN em comunicado.

A empresa apresentou também os seus planos de desenvolvimento a dez anos das redes de eletricidade e do gás, que foram colocados pela ERSE em consulta pública. Na eletricidade a REN propõe um investimento global de 831,2 milhões de euros para o período de 2022-2031, dos quais 392 milhões de euros destinados aos primeiros cinco anos. No transporte de gás, foi proposto um investimento global de 136,7 milhões de euros entre 2022-2031, dos quais 87,4 milhões de euros destinados ao quinquénio 2022-2026.

Em relação às energias renováveis, a REN assinou acordos bilaterais para a ligação à rede de 14 centrais solares que vão totalizar uma capacidade instalada solar de 3,5 GW. Os acordos bilaterais constituem uma das três vias disponíveis para as centrais de produção de energias renováveis de acesso à Rede Elétrica do Serviço Público (RESP), esclarece a REN.

No início de abril, a REN realizou a sua primeira emissão de “Green Bonds”, num montante de 300 milhões de euros, com maturidade de oito anos, “e uma procura cinco vezes superior à oferta”.

(Notícia atualizada às 8h40 com mais informação)

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