Novo Banco não tem “atuação específica em relação ao acordo de capital contingente”, diz diretor de risco
Carlos Brandão, diretor do departamento de risco global, diz que banco determina imparidades independentemente de saber se o cliente integra perímetro protegido pelo Fundo de Resolução.
O Novo Banco não tem uma “atuação específica em relação ao acordo de capital contingente” e determina as imparidades independentemente de saber se determinado cliente ou crédito tóxico integra perímetro protegido pelo Fundo de Resolução, disse Carlos Brandão, diretor do departamento de risco global do banco.
“Quando determinamos as imparidades independente de saber se cliente é CCA [acordo de capital contingente] ou não”, afirmou Carlos Brandão esta quarta-feira na comissão de inquérito ao Novo Banco, recusando a ideia de que o Novo Banco tenha tentado maximizar as chamadas de capital junto do Fundo de Resolução.
Até hoje, o banco recebeu cerca de três mil milhões de euros ao abrigo do mecanismo de capital contingente e deverá receber outro cheque de 430 milhões nos próximos dias, consumindo a quase totalidade dos 3,9 mil milhões de euros do mecanismo.
O antigo líder do Barclays e Bankinter em Portugal adiantou aos deputados que o Novo Banco registou perdas por imparidades de quase 600 milhões de euros por ano entre 2014 e 2016 e de 800 milhões entre 2017 e 2020.
“Se descontarmos os 200 milhões de imparidades relacionadas com a crise pandémica, chegamos a um valor de 700 milhões numa base anual. Estes números não indicam uma atuação específica em relação ao CCA”, argumentou o responsável que entrou para o Novo Banco em julho de 2017.
Por mais de uma vez Carlos Brandão assegurou que “o banco não alterou políticas contabilísticas ou de processo em função da existência do CCA”. O Novo Banco “mantém os critérios de decisão e os critérios de análise” no momento de registar as perdas por imparidade, frisou.
Carlos Brandão contou ainda aos deputados que trocou a liderança do Bankinter pelo cargo de diretor coordenador do departamento de riscos globais do Novo Banco depois de um convite endereçado por António Ramalho e pelo administrador Rui Fontes.
“O convite foi para fazer parte de um processo de mudança e de reestruturação. É extremamente aliciante ver os níveis de créditos improdutivos e tornar o banco rentável”, explicou.
Disse ter encontrado um banco com “muita vontade de mudar e de sair da reestruturação”.
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