BRANDS' ECO Cidades inteligentes já são tendência em Portugal

  • ECO + Altice Empresas
  • 14 Junho 2021

As "smart cities" foram o tema em debate no terceiro evento do Altice Empresas Live. As vantagens e desafios das cidades inteligentes foram apresentadas por vários especialistas.

A digitalização tem vindo a crescer exponencialmente e, para acompanhar essa realidade, é importante que as cidades estejam atentas e comecem a apostar mais em tecnologia para estarem ao lado da evolução. É através desse desenvolvimento digital que nascem as chamadas “cidades inteligentes”, com mais inovação e melhor desempenho.

E foi precisamente o tema das smart cities que esteve no centro do debate do terceiro evento da série Altice Empresas Live. A sessão, que decorreu a 27 de maio, contou com a presença de Paulo Rego, diretor de Produto e Pré-Venda da Altice Empresas, Miguel de Castro Neto, professor associado e subdiretor da NOVA IMS, João Machado, vereador da Câmara Municipal de Aveiro, João Paulo Fernandes, diretor-geral da NEC Portugal, Marco Espinheira, diretor do Futuro da Câmara Municipal de Cascais, Paulo Pereira, diretor de Estratégia de Inovação e Tecnologia da Altice Labs e Jorge Patricio, diretor Comercial da Altice Empresas.

“As smart cities são um tema muito querido para a Altice Empresas, um tema onde investimos muito do nosso tempo, dos nossos recursos, onde temos equipas dedicadas a analisar o que faz sentido e como podemos ajudar as Câmaras, que têm a sua visão das cidades, com tecnologia, e fazer dessa visão algo que acontece, algo que permite que as cidades, que as empresas, que os seus habitantes possam ter um futuro melhor”, começou por dizer Paulo Rego na abertura do evento.

"Temos que encontrar no protagonista desta mudança a liderança capaz de imaginar a estratégia, envolver os cidadãos e construir um road map que lhe permita chegar ao conceito de cidade inteligente e sustentável”

Miguel de Castro Neto

Professor e subdiretor da NOVA IMS

Miguel de Castro Neto enalteceu o peso que as cidades têm na resposta aos problemas e explicou de que forma a transformação digital pode ajudar na resolução de adversidades. “As cidades são, hoje, um espaço de oportunidade, de enormes desafios. Quando nós olhamos para a realidade, para o mundo, nós vemos que as duas principais emergências que nós enfrentamos – a emergência climática e a emergência da pandemia – têm nas cidades os protagonistas capazes de responder a esse desafio e promover uma profunda transformação destas cidades e do mundo”, afirmou.

Nesse sentido, o professor associado e subdiretor da NOVA IMS explicou que é neste tipo de situações, em que os líderes locais e as autarquias têm que desenvolver estratégias para gerir a realidade em tempo real, que chega a oportunidade para surgirem as “cidades mais inteligentes e sustentáveis”.

Quais são os desafios na criação das cidades inteligentes?

De acordo com Miguel de Castro Neto, saber liderar é o primeiro passo para o sucesso da transição digital nas cidades: “Temos que encontrar no protagonista desta mudança a liderança capaz de imaginar a estratégia, envolver os cidadãos e construir um road map que lhe permita chegar ao conceito de cidade inteligente e sustentável, sempre alicerçado na identidade e na realidade de cada território, de cada cidade”.

No entanto, o professor ressalvou, também, a importância de três pilares que considera fundamentais para fazer este caminho. São eles:

  • Os dados que, depois de processados, produzem informação que melhora a capacidade de tomada de decisão. “Estes dados estão muitas vezes dispersos e é necessário conseguir ter governação dos dados a funcionar nas cidades para envolver parcerias público-privadas, isto porque muitos dos dados que necessitamos para alterar este paradigma de planeamento e gestão das cidades são detidos por entidades externas ao município, públicas ou privadas”, referiu, dando como exemplo as informações meteorológicas.
  • A conectividade que, apesar de já existir nas grandes cidades, continua a ter lacunas noutros pontos do país. “Temos que garantir que as pessoas podem fazer parte da construção desta nova realidade e não podemos ter territórios em que as famílias não podem estar ou onde um negócio não se pode instalar porque não há internet”, afirmou. Miguel de Castro Neto acrescentou ainda que a conectividade é, hoje, “quase um direito fundamental porque pode ser, eventualmente, o mais poderoso elevador social que o homem já criou”.
  • As competências, uma vez que, sem o conhecimento tecnológico e digital, não é possível acompanharem a evolução. “Precisamos de promover uma capacitação de recursos humanos para conseguirem tirar partido desta nova realidade e concretizar a necessária transformação. E isso hoje é um desafio para todos porque a velocidade a que a tecnologia tem evoluído coloca sob pressão qualquer pessoa em competências nesta área digital”, admitiu.

O professor falou, ainda, da necessidade de ganhar escala como outro desafio para as cidades que se querem tornar inteligentes: “É muito importante que os municípios pensem a sua estratégia, mas também é muito importante que olhem para diferentes escalas territoriais, como é que elas se podem articular de uma forma virtuosa para nós conseguirmos ter economias de escala e promover externalidades positivas”.

Quebrar as fronteiras e “voar” no digital

“Quando pensamos numa smart city não podemos restringir o nosso pensamento às limitações geográficas do nosso concelho. Em várias áreas, temos que procurar as sinergias que ultrapassam, muitas vezes, a geografia da nossa cidade. Temos de alinhar estratégias com empresas, com parceiros, com outros municípios que tenham objetivos comuns, estejam eles perto ou não do nosso concelho”, esclareceu Paulo Rego.

"a Altice quer disponibilizar o maior, o melhor e o mais rápido avião cloud, mas em pistas nacionais, onde os municípios só pagam o bilhete da viagem”

Paulo Rego

Diretor de Produto e Pré-Venda da Altice Empresas

Para tornar essas sinergias possíveis, a resposta passa pelo investimento em digitalização. No entanto, para que a aposta em tecnologia não saia muito cara às cidades que querem evoluir, o diretor de Produto e Pré-Venda da Altice Empresas sugeriu uma solução híbrida, na qual as autarquias ou empresas confiam os seus dados a especialistas e, através da tecnologia desses especialistas, juntamente com as funções internas da empresa, conseguem o melhor de dois mundos: avançar em tecnologia sem ter de fazer um investimento inicial muito grande, uma vez que usam a oferta do parceiro e não têm de construir uma de raiz internamente.

“O que estamos a propor ao mercado é um serviço de cloud híbrida ímpar em território nacional, aliada a um data center tier III, com a manutenção dos dados em Portugal”, revelou Paulo Rego, apresentando, de seguida a solução da Altice Empresas que faz parte desta visão – o Azure Stack Hub. “O Azure Stack Hub da Altice é uma extensão da cloud pública, mas num ambiente local, que garante aquilo que é a compliance dos dados em Portugal. Para além disso, estamos a proporcionar a mesma experiência da mega cloud Azure, mas com a latência de uma cloud que está em território nacional”, declarou.

Segundo o diretor de Produto e Pré-Venda da Altice Empresas, “a Altice quer disponibilizar o maior, o melhor e o mais rápido avião cloud, mas em pistas nacionais, onde os municípios só pagam o bilhete da viagem, não têm que gastar dinheiro em hardware, não se têm de preocupar com a renovação tecnológica, uma vez que está garantida, bem como todos os serviços necessários à gestão e manutenção da infraestrutura”.

Esta evolução acaba por também ser uma aliada à melhoria do turismo dentro do país, uma vez que, através dos dados, é possível melhorar a experiência dos turistas e, ainda, criar estratégias que adiram, imediatamente, à realidade. Como fazê-lo? Através da Geo Analytics, uma “plataforma que reúne dados agregados e anonimizados da rede móvel nacional, como também de romers, ou seja, turistas estrangeiros que vêm a Portugal”.

“Com a Geo Analytics podemos saber quem são os visitantes da nossa cidade, de onde vêm, de que nacionalidade são, que trajetos fazem, quantas noites pernoitam, quais os itinerários de maior afluxo e em que horários, entre outras coisas. Sabemos que quem visita a nossa cidade são pessoas cada vez mais digitais, habituadas a apps, a conteúdos, ao telemóvel. Não tem como não tirar partido deste meio, com o qual podemos interagir e impactar positivamente os nossos clientes”, disse. Durante a sua apresentação, Paulo Rego fez, ainda, uma explicação detalhada de como funciona o portal Geo Analytics.

O diretor de Produto e Pré-Venda da Altice Empresas terminou a sua intervenção com a apresentação de uma solução inovadora, a New Reality Experiences, baseada na plataforma X-PLORA, aplicada à vila portuguesa de Almeida, no distrito da Guarda, permitindo conhecer esta cidade e a sua história de modo interativo. A app permite, fazendo recurso da realidade aumentada, ver monumentos, pessoas e locais que já não existem na vila, mas que já fizeram parte da sua história. Para isso basta apontar o telemóvel para qualquer ponto e, na imagem, aparecerá a vila como era antigamente. “Esta tecnologia pode globalizar a nossa cidade, dar a conhecer o que não é visível ou mesmo o que já não existe, mas faz parte da nossa história”, explicou. Abaixo pode ver o vídeo de apresentação do projeto.

Os benefícios que a tecnologia traz às cidades e aos cidadãos

“Estamos a transitar de um cenário onde as cidades tinham uma vida estática, condicionada por aquilo que são as suas realidades físicas, para um cenário onde as cidades passam a ter uma dinâmica que é alimentada pela realidade dos componentes vivos da cidade – as pessoas, os veículos, os vários ecossistemas que se vão formando e que, com isso, criam dinamismos muito interessantes para se prestarem novos tipos de serviços na cidade. Acho que é o todo – dados e inteligência artificial -, potenciado por uma rede extremamente poderosa como é o 5G”, afirmou Paulo Pereira, diretor de Estratégia de Inovação e Tecnologia da Altice Labs.

Neste âmbito, João Machado, vereador da Câmara Municipal de Aveiro, apresentou alguns dos projetos que já começaram a implementar no município, entre eles, o estacionamento inteligente e os motores elétricos para os moliceiros: “Estamos numa fase de conclusão de colocar estacionamento inteligente numa zona mais periférica do município, em que o objetivo é de que quem está a entrar dentro da cidade consiga obter, de imediato, o número de estacionamentos gratuitos. E outra fase que já está praticamente a ser implementada são os carregadores elétricos para os moliceiros, que vão deixar de usar o motor de combustão e vão ser obrigados a usar motores elétricos”.

Também Marco Espinheira, da Câmara Municipal de Cascais, mostrou de que forma os dados têm beneficiado a cidade e os cascalenses. “Nós conseguimos, há alguns anos, começar a construir uma base de dados que permite que cada cidadão tenha as suas credenciais para tudo aquilo que tem a ver com a Câmara. E isso permite uma visão holística do cidadão e até resolver problemas correlacionados. Isto é fundamental, uma vez que estamos já numa outra fase de digitalização e de recriação de todos os processos, o que nos permite trabalhar a analítica da informação para, não só resolver problemas, mas aumentar muito a qualidade do serviço desses mesmos problemas que os cidadãos reportam”, explicou.

Apesar da gestão inteligente ter vindo a ser uma opção mais visível nas grandes cidades, João Paulo Fernandes, diretor-geral da NEC Portugal, deixou claro que esta opção pode e deve ser aposta de todos os territórios, sejam grandes ou pequenos: “É uma solução que permite uma visão muito mais completa do funcionamento da cidade, auxiliando a gestão dos diferentes serviços, de uma forma que seria muito difícil de conseguir se estivéssemos a olhar somente para cada um desses serviços isoladamente. Este tipo de soluções são escaláveis e permitem endereçar os problemas, independentemente da dimensão do município”.

"Quando estivermos a falar de uma evolução para 5G, estamos a falar de uma evolução para uma tecnologia que, por definição, é substancialmente mais segura do que as gerações anteriores”

Paulo Pereira

Diretor de Estratégia de Inovação e Tecnologia da Altice Labs

João Paulo Fernandes referiu, ainda, o passo a passo de toda esta inovação. A primeira etapa passa pela “visualização, pela obtenção de mais dados sobre a cidade para ajudar na sua gestão”, a segunda visa utilizar “mais informação, não só para ter mais entendimento de como funciona a cidade e onde deve atuar, mas para automatizar muitos fluxos de processos e de trabalho” e, por último, a terceira etapa “é a otimização da cidade como um todo através da analítica e da introdução da inteligência artificial, que permite agir mais rapidamente quando o problema ocorre, mas também permite prevê-lo, antecipá-lo, e tratar dele antes mesmo dele ocorrer”, enumerou.

Claro que, como sempre, a inovação e a mudança trazem alguns receios, principalmente quando envolvem tecnologia, na qual ainda muitas pessoas não confiam totalmente. No entanto, Paulo Pereira garantiu que pode haver confiança nesta tecnologia que, por ser de última geração, é ainda mais segura que as anteriores: “Quando estivermos a falar de uma evolução para 5G, estamos a falar de uma evolução para uma tecnologia que, por definição, é substancialmente mais segura do que as gerações anteriores, foi desenvolvida de raiz com conceitos de security by design, e endereçando debilidades conhecidas dessas mesmas gerações anteriores”.

No entanto, admitiu, também, que é igualmente necessária uma atenção redobrada e fazer enforcement de segurança relativamente à forma como os dados são acedidos ou como são disponibilizados. “E é aí que os services providers, como a Altice, têm um papel preponderante. Temos capilaridade suficiente na rede para assegurar que, efetivamente, o processamento de informação é sujeito a cenários de enforcement e segurança cedo, em todo o processo”, disse.

Por essa razão, Jorge Patrício, da Altice Empresas, explicou que o planeamento e implementação de estratégias e soluções das cidades e dos territórios inteligentes não são apenas um projeto do município ou dos parceiros tecnológicos desse município, mas “devem também ter em conta os próprios cidadãos, as particularidades de cada território, a estratégia empresarial desse mesmo território e as universidades e centros de desenvolvimento que esse território possui porque todos são impactados”.

“Esta solução permite aos municípios e às comunidades intermunicipais contarem com a colaboração da Altice para, em conjunto, podermos responder aos desafios de tornar os territórios e as cidades mais inteligentes”, concluiu o diretor Comercial da Altice Empresas.

No vídeo seguinte, fique a conhecer as mensagens dos diferentes intervenientes do evento sobre como a tecnologia pode ser posta ao serviço das cidades e dos cidadãos.

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