Canal do Suez: Donos do Ever Given e seguradoras apresentam proposta à SCA
A Stann Marine, consultora que representa proprietário e seguradores do navio porta-contentores, confirmou ter feito nova oferta de indemnização à autoridade egípcia para libertar o navio arrestado.
Um tribunal de Ismailia, no Egito, adiou por mais 15 dias (até 4 de julho) o julgamento do processo do navio que, em março, encalhou e bloqueou o tráfego marítimo no Canal do Suez.
A decisão, que era esperada para 20 de junho, voltou a ser adiada a pedido dos advogados dos representantes da empresa proprietária do Ever Given e seguradoras com base na expectativa de um possível acordo com a Autoridade do Canal do Suez (SCA na sigla anglo-saxónica).
O processo que opõe a Shoei Kisen (empresa dona do navio) e os seguradores, de um lado, e a Suez Canal Authority, do outro, prolonga-se desde abril, quando foi decretado o arresto da embarcação, como garantia pela indemnização pedida pelas autoridades egípcias. A Shoei Kisen e os seguradores contestam a prisão do navio e a quantia reclamada pela SCA.
O advogado da SCA, Khaled Abu Bakr, confirmou que os proprietários do navio fizeram nova oferta. De acordo com a agência Reuters, a consultora britânica Stann Marine, que representa os proprietários do navio e as seguradoras, referiu que as negociações têm sido árduas, mas positivas. “Apresentámos uma proposta que acreditamos satisfaz todos os requisitos da SCA,” indicou a Stann Marine acrescentando que os detalhes da proposta são confidenciais.
A SCA começou por exigir 916 milhões de dólares para cobrir os custos da operação de salvamento do navio, prejuízos com a paragem de circulação e as taxas de trânsito perdidas, mas depois reduziu o montante reclamado para cerca de 550 milhões de dólares. Entretanto, o tribunal egípcio que devia pronunciar-se antes de final de maio, remeteu a decisão para primeira instância que, por sua vez, adiou o julgamento (até 20 junho), por forma a permitir uma solução negociada entre as partes. Agora, o novo adiamento de decisão judicial, renova o objetivo de que seja alcançado o desejado acordo amigável, disseram fontes judiciais.
O porta-contentores Ever Given, de propriedade japonesa e pavilhão panamiano, encalhou no canal do Suez a 23 de março – bloqueando o tráfego naquela importante via de navegação internacional – tendo sido posto a flutuar seis dias depois.
O bloqueio durou seis dias, interrompendo parte do comércio mundial e obrigando alguns navios a fazer rota alternativa pelo extremo sul de África, enquanto mais de 400 embarcações ficaram em espera, tanto a norte como a sul do Canal do Suez.
Posto a flutuar e depois de lançar âncora adiante, na zona do Grande Lago do canal, para procedimento de inspeções técnicas necessárias à continuação da voyage marítima, o barco recebeu ordem de detenção pela Autoridade do Canal e ali permanece.
Desde que foi decretada a detenção do gigantesco porta-contentores, a SCA já permitiu o desembarque de alguns poucos tripulantes (por razões humanitárias e de ética), mas a compensação financeira exigida continuou a ser contestada, tanto pela seguradora (UK Club) como pela companhia japonesa.
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