Guerra à TAP? “Chama-se concorrência”, responde CEO da Ryanair

Michael O'Leary acusa o Governo de estar focado em gastar "milhões dos contribuintes" na TAP em vez de estar a desenvolver as infraestruturas aeroportuárias.

A Ryanair rejeita as “falsas acusações” do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, de que lançou uma guerra à TAP. “Chama-se concorrência”, refuta o CEO Michael O’Leary, numa conferência de imprensa esta quarta-feira em Lisboa. O britânico explicou que o Governo português é que o atacou com “mentiras” e está só a responder. Acusou ainda o ministro de estar a adiar a expansão do Aeroporto do Montijo para proteger a TAP.

“A Ryanair é amada pelos portugueses, mas não está é a ser bem tratada pelo ministro Pedro Nuno Santos, que mente. Os políticos mentem a toda a hora“, afirmou O’Leary, explicando que teve uma reunião por Zoom há quatro ou cinco semanas. Segundo o CEO, o encontro foi convocado pelo governo português para questionar a empresa sobre a contestação ao apoio à TAP.

A Ryanair apresentou 16 processos judiciais contra as ajudas públicas a companhias aéreas europeias, estando a TAP na lista. Após o Tribunal da União Europeia ter dado razão à companhia, Pedro Nuno Santos acusou a Ryanair de tentar aproveitar-se das dificuldades da aviação para captar negócio às companhias de bandeira europeias e de lançar uma “guerra comercial”.

O’Leary sublinhou que mais nenhum governo de outros países onde foram apresentadas contestações teve a mesma reação. E rejeitou não só esta acusação como a de que a companhia aérea estaria envolvida em dumping social, de que recebe subsídios do Estado ou que não respeita os trabalhadores.

“Não somos só uma empresa estrangeira, somos um grande investidor em Portugal e um grande pagador de impostos. Enquanto contribuinte, consideramos que o Governo está a gastar dinheiro dos contribuintes na TAP, enquanto o que devia estar a fazer era desenvolver o aeroporto do Montijo. Não é um investimento é dinheiro deitado pela sanita abaixo. Gostávamos de ver a TAP sobreviver, mas para isso tem de ser muito mais eficiente”, afirmou.

O CEO da Ryanair defende que a TAP poderia até receber mil milhões de euros, mas não três mil milhões. Em alternativa, esse dinheiro deveria ser usado para investir em hospitais, escolas e no aeroporto do Montijo. “Queremos crescer mais, mas temos um desafio. A Portela está demasiado congestionada e é preciso o Montijo para investirmos em Portugal”, afirmou.

Vamos ultrapassar a TAP e ser a maior companhia aérea em Portugal“, acrescentou, no dia em que atualizou os planos para o verão. A low cost apontou uma “forte recuperação” do tráfego aéreo nos voos de e para Portugal e anunciou que vai realizar mais de 600 voos semanais em 122 rotas. Nestas incluem-se três novas: entre Lisboa e Colónia, entre Faro e Belfast, bem como entre Faro e Teesside.

(Notícia atualizada às 12h00)

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