Ninguém segura Bezos, o patrão da Amazon
Jeff Bezos e o irmão Mark serão dois dos ocupantes do primeiro voo tripulado da Shepard no Espaço, mas nenhuma companhia de seguros quer cobrir a sua vida ou acidentes pessoais nessa aventura.
Jeff Bezos, fundador e (ainda) CEO da Amazon, também uma das pessoas mais ricas do mundo, vai ser lançado para o Espaço em julho, junto com outros ocupantes da Shepard, entre os quais está o seu irmão Mark.
Bezos e outros ocupantes estarão algum tempo a 100 quilómetros de altitude, sem gravidade, entre a atmosfera terrestre e o espaço exterior, na cápsula que também será o veículo de regresso a casa. O voo suborbital está agendado para 20 de julho na New Shepard, uma nave da Blue Origin com lotação para 4 ocupantes e ainda não tem seguro porque, segundo a imprensa internacional, constitui risco demasiado elevado. Nenhuma seguradora está disposta a fixar capital de risco associado a hipotética apólice de seguro.
“O turismo espacial envolve riscos significativos, mas não é uma questão sobre a qual as seguradoras de vida se questionem ainda porque é raro alguém viajar para o espaço”, disse Michael Barry, do Insurance Information Institute, sediado nos EUA.
Entretanto, a Blue Origin (companhia fundada por Bezos) realizou leilão online de lugares disponíveis para a viagem, anunciada como o primeiro voo tripulado da nave espacial batizada Shepard, em homenagem a Alan Shpard, o primeiro norte-americano a viajar para o espaço. Segundo foi revelado, o primeiro lugar vendido no leilão foi arrematado por 28 milhões de dólares. Cerca de 7.600 pessoas de 159 países estiveram registadas para licitar, anunciou em comunicado.
Existe um mercado de quase 500 milhões de dólares para segurar satélites, foguetes e voos espaciais não tripulados, mas nenhum requisito legal para que um operador como a Blue Origin possa segurar passageiros por danos corporais ou morte ou para que os turistas espaciais tenham cobertura de vida. “Não temos conhecimento de um caso em que alguém esteja segurado contra a responsabilidade dos passageiros”, disse Neil Stevens, vice-presidente sénior para a área de aviação e espaço da Marsh, maior corretora de seguros, citado pela Reuters.
A única companhia que realiza voos de alguma forma semelhantes e com alguma regularidade (há décadas) é a Virgin Galactic, criada por Richard Branson. Até agora todos os voos conhecidos foram testes, tendo-se registado uma falha, em 2014, que resultou numa morte. Por seu lado, a Blue Origin já realizou 15 voos suborbitais não tripulados e sem falhas, segundo informação da Seradata SpaceTrak.
Em geral, a NASA e os EUA não compram coberturas de responsabilidade civil (RC) para os lançamentos governamentais que, basicamente, são segurados pelos contribuintes, explicou Richard Parker da Assure Space, uma unidade da seguradora da AmTrust Financial.
Os astronautas da NASA são elegíveis para programas de seguro de vida do próprio governo dos EUA, confirmou um porta-voz da agência espacial.
O único seguro obrigatório em vigor para operadores espaciais comerciais, sobretudo satélites, é RC de terceiros, principalmente para cobrir danos materiais na terra ou a um avião, disse Akiko Hama, da Global Aerospace.
A primeira apólice de seguro de aviação foi emitida pela Lloyd’s of London em 1911. Anos mais tarde, o mercado segurou C. Lindbergh e o seu monomotor no longo voo, sem escala dos EUA à Europa.
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