Acidentes de Trabalho caem 20% no 1º trimestre
Apesar do confinamento, a percentagem de sinistros no local de trabalho mantém-se quase igual a período pré-Covid. Acidentes de Trabalho já custaram 155,25 milhões aos seguros até março deste ano.
Os Trabalhadores qualificados da Indústria, Construção e os Artífices, com 31% da sinistralidade, seguidos dos Trabalhadores não qualificados (21%) e dos Trabalhadores de Serviços Pessoais, Proteção e Segurança e Vendedores (12%) compõem o Top 3 de profissões com mais sinistralidade, indica análise da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) às participações de Acidentes de Trabalho reportadas até março de 2021.
Comparando os dados com os de igual período em 2020, boa parte do qual ainda sem as restrições da pandemia, a distribuição por grupos profissionais resulta praticamente sem alteração.
Segundo estatística da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) para o primeiro trimestre de 2021 (seguradoras nacionais e sucursais fora da União Europeia), os custos com sinistros de Acidentes de Trabalho (seguro direto) ascenderam a cerca de 155,25 milhões de euros, representando um decréscimo de 1,73% face a igual período de 2020.
Os custos com sinistros dos Acidentes de Trabalho representaram 21,5% do custo total dos sinistros Não Vida, pesando cerca de 0,54% no total combinado de sinistros nos ramos Vida e não Vida. O novo portal de estatística da ASF, com base em números reportados pelas seguradoras, contabiliza mais de 2,351 mil milhões de euros de custos totais em sinistros de seguro direto até março, mais 22,8% do que um ano antes, uma subida que se deveu a incremento de 33,7% na despesa com sinistros Vida.
Os dados da APS para o trimestre (janeiro a março de 2021) – janela temporal que em grande parte correspondeu a estado de emergência e confinamento no país – indicam 13 634 participações de Acidentes de Trabalho em janeiro, 11 721 em fevereiro e outros 12 709 em março, parcelas que conduzem a total de 38 064 participações. Contando os 90 dias inteiros do trimestre, as seguradoras receberam cerca de 422 participações de sinistros por dia.
Um ano antes, registaram-se cerca de 19,35 mil participações em janeiro, 16,88 mil em fevereiro e cerca de 11,5 mil em março. Dado que os meses homólogos do ano passado somaram cerca de 47,7 mil participações às seguradoras, o primeiro trimestre de 2021 evidenciou quebra aproximadamente 20% no total diário de acidentes de trabalho notificados aos seguros.
Também se verifica que o confinamento quase não alterou o número de sinistros ocorridos no estabelecimento (local de trabalho), comparando 66% de março de 2021 com os 68% um ano antes. Embora o teletrabalho se tornasse regra com a calamidade de saúde pública, as profissões mais representadas nas participações de sinistro não são exercidas em casa.
Pois, de acordo com o resumo estatístico da APS para os primeiros 90 dias de 2021, a distribuição das participações por local de ocorrência indica que 66% dos sinistros aconteceram no estabelecimento, 29% em serviço no exterior do estabelecimento e no tempo de trabalho, enquanto os restantes 5% ocorreram no trajeto (de percurso habitual) de ou para o local de trabalho.
Na análise às CAE (classificação de atividade económica), as Indústrias Transformadoras (27%), Comércio por Grosso (17%) e Construção (14% da sinistralidade) são as mais acidentadas, revela a amostragem da APS cujos resultados pouco se afastam da situação um ano antes.
Com 7 860 à segunda-feira e 6 886 à quarta-feira, estes foram os dois dias da semana mais ativos em número de participações, enquanto domingo (1 108) foi o menos ativo em número de participações às seguradoras.
A distribuição geográfica das participações (por NUTs II) mostra o Norte a concentrar 38% do total de participações, Centro com 29% e Área Metropolitana de Lisboa com 24%.
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