Munich Re mantém alvo de lucro anual. Sobre cheias na Europa, “é cedo” para calcular danos
Índia e África do Sul, com mortalidade elevada por Covid-19, pesaram no negócio Vida e Saúde no 2º trimestre. Sobre as cheias de julho na Europa, a resseguradora diz que é cedo para fornecer cálculos.
A Munich Re, segunda no ranking mundial dos ressguros, alcançou resultado líquido aproximado de 1,1 mil milhões de euros no segundo trimestre, 300 milhões acima do valor médio de estimativas emitidas por 14 analistas. Para o conjunto do primeiro semestre o lucro ronda 1,7 mil milhões de euros, indica anúncio provisório da Münchener Rückversicherungs (Munich Re), com detalhe agendado para 10 de agosto.
Na informação preliminar, a companhia afirma que, no segundo trimestre, o grosso da despesa com resseguro de ramos gerais (property-casualty) foi inferior à média de séries históricas para o período, principalmente devido a prejuízo menos significativo em catástrofes naturais. As perdas relacionadas com a pandemia de Covid-19, no resseguro de bens e acidentes, ficaram dentro do esperado. Mas, no resseguro Vida e Saúde, o efeito Covid-19 sobre os gastos excedeu as previsões da companhia, refletindo taxa de mortalidade elevada em países como Índia e África do Sul.
Em relação à Ergo (subsidiária de seguros), a resseguradora de Munique minimiza o impacto da Covid-19 nas contas da companhia e adianta que, numa perspetiva operacional, o segundo trimestre evoluiu favoravelmente em “todas as áreas de negócio”.
No comunicado em que reafirma o alvo fixado para o lucro (2,8 mil milhões de euros no final de 2021), a resseguradora admite agora maior probabilidade de, eventualmente, falhar o seu ‘segundo objetivo’ anual, o qual aponta para resultado técnico de 400 milhões de euros no negócio de resseguros Vida e Saúde.
Danos das chuvas torrenciais na Europa ainda por apurar
Coincidindo com o anúncio preliminar dos trimestrais e um dia depois de ser conhecida estimativa do Berenberg (banco privado de investimento) apontando para dois a 3 mil milhões de dólares de perdas no setor ressegurador em decorrência das fortes chuvas que causaram danos catastróficos na Europa, a Munich Re disse que ainda é cedo para cálculos.
Noutro documento da resseguradora, Törsten Jeworrek, membro do conselho de administração da Munich Re referiu-se aos efeitos do recente desastre natural: “Precisamos de investir mais e com urgência em medidas de proteção – na Alemanha, no resto da Europa e noutros locais – para evitar que danos e tragédias tão terríveis como estas aconteçam no futuro. É especialmente importante pelo facto de este tipo de catástrofes estar a ocorrer com maior frequência devido às alterações climáticas. Melhorar a prevenção tornaria o seguro de edifícios mais acessível, mesmo em zonas de risco mais elevado,” afirmou o administrador que preside a dois comités da empresa (Resseguro; Subscrição e Risco).
A Iceye, operadora de satélites que gere um sistema permanente de monitorização e deteção da superfície terrestre contabilizou, até ao momento, um número superior a 71 mil edifícios na Europa com danos causados pelas inundações.
Em nota de análise distribuída a clientes, o Berenberg refere que as perdas económicas causadas pelas cheias excederão, em muito, os danos segurados, uma vez que apenas 45% dos edifícios na Alemanha estão segurados contra cheias e temporais.
O banco nascido há 430 anos lista Allianz, Axa, Zurich e Generali como sendo as seguradoras sujeitas ao maior número de participações de sinistros associados à catástrofe das inundações de julho. Allianz, com 200 a 300 milhões de euros e a Generali, com uma fatura de 200 a 250 milhões de euros, serão as mais atingidas, antecipou a instituição financeira de Hamburgo.
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