Seguradora afegã quer continuar a funcionar sob regime talibã
A maior seguradora privada afegã, sediada em Cabul, quer conciliar retoma da sua atividade com as regras da 'shariah', ordem legal que deriva do Corão, livro sagrado do Islão.
Apesar do ambiente político e do caos que reina no país, o maior grupo segurador privado do Afeganistão espera manter-se em funcionamento, segundo Jamal Asfour, CEO da Insurance Corporation of Afghanistan (ICA), citado numa publicação semanal da AM Best, agência especialista em notação financeira para a indústria seguradora.
A retirada das forças dos EUA, após permanência que se prolongou por duas décadas, levou a evacuações em massa e à fuga de civis afegãos. Após a tomada do controlo político do país pelos talibãs, a companhia tenta reiniciar operações e espera reunir com entidades reguladoras para assegurar os seus produtos cumprem requisitos impostos pela aplicação da shariah, lei fundamental do Islão.
De acordo com um artigo publicado pela BestWeek, o líder da maior seguradora privada do Afeganistão, adiantou que os 63 funcionários da companhia regressarão, em breve, ao trabalho, para retomarem funções. As perspetivas da seguradora resumem-se a continuar a operar e, talvez, até crescer.
No entanto, Asfour afirma que, sob controlo talibã, o país se encontra num “limbo político à espera que a comunidade internacional pese a situação”. Citado no artigo reproduzido no site Middle East Insurance Review (MIER) Asfour referiu que, atualmente, o país se encontra num vazio político, “que necessita de uma atenção cuidadosa, porque esta lacuna política está a afetar a nossa indústria seguradora”.
Sem reconhecimento internacional (ao regime talibã), as restrições relacionadas com seguros poderiam ser impostas aos principais bancos, empresas de telecomunicações ou outras organizações importantes que operam no Afeganistão, acrescentou.
A ICA foi fundada em 2007 e é a maior companhia de seguros privada do país. Oferece seguros individuais e empresariais, incluindo a aviação, negócios, terrorismo e risco político, seguros de saúde, cobertura de acidentes pessoais e linhas de negligência médica, entre outros.
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