BE com “muita vontade de negociar” propostas no OE2022
“Se quiser negociar, o Bloco de Esquerda cá está, mas, para isso, é preciso que haja vontade de ambos os lados e o Governo, no ano passado, não quis essa negociação", diz Catarina Martins.
A coordenadora bloquista diz que o partido “tem muita vontade de negociar e chegar a soluções” para o próximo Orçamento do Estado, advertindo que o voto do BE dependerá da disponibilidade dos socialistas para reforçar direitos.
“Se não tiver disponibilidade para apoiar aqueles que estão mais vulneráveis e que perderam tudo com a crise, naturalmente não poderá contar com o voto do Bloco de Esquerda, porque nós levamos a sério o mandato pelo qual fomos eleitos, mas temos muita vontade de negociar e chegar a soluções”, disse Catarina Martins.
À margem de uma visita à Escola de Cães-Guias para Cegos, em Mortágua, a coordenadora do BE afirmou que “o BE sempre esteve disponível para negociar” e a expectativa do partido é que, este ano, “o Governo queira negociar”.
“Se quiser negociar, o Bloco de Esquerda cá está, mas, para isso, é preciso que haja vontade de ambos os lados e o Governo, no ano passado, não quis essa negociação e recusou todas as propostas”, criticou Catarina Martins.
Entre as prioridades do BE, a líder bloquista referiu o reforço “dos direitos de quem trabalha, os salários” e do serviço nacional de saúde, “para garantir que toda a gente tem acesso a cuidados Covid e não Covid”.
Catarina Martins destacou “a questão do acesso à reforma das pessoas com mais de 55 anos com deficiência, incapacidade, acima dos 60% e com mais de 20 anos de carreira contributiva”, frisando que já foi proposto pelo partido para o OE para 2020 e “foi aprovado, fruto de uma negociação constante” com o Governo.
“Na altura, achou que não se podia passar logo para este direito (…) achou que era preciso estudar. Vamos para o OE de 2022 e seguramente o Governo já teve tempo de estudar e, portanto, é essencial que no próximo OE as pessoas com deficiência possam ter acesso a essa reforma antecipada que é absolutamente necessária”, afirmou.
Até porque, no seu entender, “se havia o acordo para 2020”, Catarina Martins defendeu que “o mínimo exigível é que em 2022 então se avance com essa promessa e o OE tenha essa possibilidade”.
“Sempre tivemos essa vontade, mas claro, não podemos desistir daquilo que é fundamental no nosso país que é respeitar quem trabalha, quem trabalhou toda uma vida, quem está mais vulnerável e garantir que o dinheiro público é utilizado onde verdadeiramente é importante para todos e para todas”, rematou.
Em entrevista à Lusa, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, afirmou que há a “expectativa de que existem condições para um entendimento” com o BE, para viabilizar o OE de 2022.
Neste ponto, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares defende que “o país vive um momento de recuperação para o qual é necessário haver um Orçamento que permita a preservação de um conjunto de respostas e, simultaneamente, apostar no investimento público, na retoma e em projetos inscritos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”.
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