Com privatização em curso, lucros da ENSA crescem 75%
Quando consta que 12 interessados apresentaram proposta não vinculativa para a compra de 51% da ENSA, a seguradora líder em Angola aumenta resultados e reforça solidez.
A ENSA, líder do mercado de seguros em Angola, apresentou hoje as contas relativas ao primeiro semestre de 2021 com melhorias no resultado líquido e na generalidade dos indicadores. A seguradora está neste momento em processo de privatização de 51% do capital tendo, na primeira fase recentemente concluída e segundo o jornal angolano Expansão, sido recebidas 12 ofertas não vinculativas. Carlos Duarte, presidente da ENSA, não confirmando o número de ofertas, mencionou à Bloomberg serem os interessados consórcios locais e estrangeiros.
Nas contas do primeiro semestre do ano o resultado líquido apurado pela ENSA ascendeu a cerca de 2,9 mil milhões de kwanzas (4,6 milhões de euros), mais 75% face ao registado no mesmo período do ano passado. Neste semestre a taxa de sinistralidade desceu de 33% para 31%.
No mesmo período os prémios brutos emitidos ascenderam 49,6 mil milhões de kwanzas (78 milhões de euros). Por ramos o Seguro de Petroquímica manteve-se em linha com o ano anterior, o seguro de Doença, que apresentou um aumento de 21,5% relativamente ao período transato, passando o seu peso, no total de prémios brutos, de 22,1% para 28,7%. Os Seguros de Acidentes de Trabalho e Automóvel registaram uma ligeira diminuição face ao período homólogo, de 5,2% e 8,3% respetivamente, mas mantendo o peso de 14,9% e 3,9% na globalidade face ao ano anterior.
O volume de indemnizações cifrou-se em 15,7 mil milhões de kwanzas, uma redução de 7% face ao período homólogo (o que se traduz numa redução da taxa de sinistralidade) com destaque para o seguro de Petroquímica apresentou uma diminuição de 47,4% relativamente ao período transato, passando o seu peso, no total das indemnizações, de 32,5% para 18,9%. O Seguro de Doença registou um aumento de 0,7% comparativamente ao ano anterior, passando o seu peso de 64,9% para 72,4% em 2021 enquanto os seguros de Acidentes de Trabalho e Automóvel registaram um aumento face ao período homólogo, de 46,0% e 48,7% respetivamente, refletindo um aumento no peso da estrutura global das indemnizações de 2,1% para 3,4% e de 3,9% para 6,4%.
Entre janeiro e junho do presente ano as despesas da ENSA sofreram uma redução de 16,7% face ao período homólogo verificando-se um reforço da margem de solvência para os 255%, superior aos 213% registados no final de 2020.
A primeira fase do processo de privatização da ENSA encontra-se em curso, prevendo-se que possa ser concluído até ao final do ano. A 2ª fase que passa pela entrada em bolsa e pela cedência pelo Estado dos restantes 49% do capital terá lugar daqui a 2 a 5 anos. A ENSA que detém 40% do Standard Chartered Bank Angola, uma parceria com o gigante Standard Chartered Plc, mas encara a hipótese de alienar a participação ou transferi-la para o Estado angolano, disse ainda Carlos Duarte à Bloomberg.
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