30% dos CEO portugueses querem investir 6% a 10% das receitas em sustentabilidade
Em Portugal, 30% dos CEO pretendem investir entre 6% a 10% das suas receitas em medidas e programas de sustentabilidade, nos próximos três anos, segundo um estudo divulgado pela KPMG.
Apesar da variante Delta ter atrasado a recuperação económica, as perspetivas de crescimento estão a incentivar as empresas a apostar na expansão dos seus negócios. Em Portugal, 30% dos CEO pretendem investir entre 6% a 10% das suas receitas em medidas e programas de sustentabilidade, nos próximos três anos.
As conclusões são do estudo “CEO Outlook de 2021” divulgado esta quarta-feira pela KPMG e que entrevista, anualmente, mais de 1.300 gestores de várias empresas a nível mundial sobre os seus planos de negócio. Neste estudo, a maioria dos CEO (87%) a nível mundial sinalizam que querem fazer aquisições nos próximos três anos, como forma de contribuir para a transformação do seu negócio. Quanto a Portugal, quase um terço (30%) dos líderes diz que pretende investir 6% a 10% das receitas em medidas e programas de sustentabilidade, nos próximos três anos.
Os gestores estão, portanto, mais confiantes na recuperação económica. “Esta confiança coloca a liderança numa posição de crescimento robusto. Paralelamente, à prioridade de crescimento inorgânico, os CEO também procuram expandir organicamente os seus negócios e assegurar que continuam a atrair o talento de qualidade de topo”, afirma Vitor Ribeirinho, vice-presidente da KPMG Portugal, citado em comunicado.
Neste contexto, 69% dos líderes internacionais e 55% dos líderes portugueses defendem as fusões, aquisições, joint ventures ou alianças estratégicas como principais estratégias de crescimento para as suas empresas.
E numa altura em que a pandemia veio trocar as “voltas” à forma como trabalhamos e que o teletrabalho se tornou bem mais frequente, apenas 21% dos CEO admitem ter planos para reduzir a dimensão física da sua empresa ou que reduziram “recentemente a pegada da sua organização”. Esta é, aliás, uma das grandes alterações face aos dados divulgados no ano passado, em que mais de dois terços (69%) dos inquiridos admitiram fazê-lo.
Ainda assim, os CEO garantem estar focados “em proporcionar mais e melhores condições de flexibilidade e mobilidade para o trabalho remoto”, o que implica também um maior investimento em em espaços partilhados de trabalho, aponta o documento.
Metas ambientais e sociais penalizam a performance financeira, dizem CEO portugueses
Outro dos pontos abordados neste estudo está relacionado com a forma como os líderes olham para os princípios ESG (Environment, Social e Governance). Tanto os CEO internacionais como os portugueses reconhecem a importância destes princípios ambientais e sociais no sucesso e na reputação das suas empresas. Contudo, 60% dos CEO portugueses consideram que o impacto da estratégia de ESG reduz a performance financeira das empresas, ao passo que no que toca aos líderes internacionais essa percentagem cai para menos de metade (apenas 23% do CEO internacionais o admitem).
Quanto à remuneração, 70% dos CEO portugueses defendem que o seu salário não deve ser influenciado pelo cumprimento dos objetivos nem pelo desempenho/reporte dos princípios “verdes”. No entanto, a totalidade dos líderes nacionais inquiridos neste estudo dizem que o valor da sua remuneração variável está dependente destes resultados.
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